sexta-feira,22 novembro, 2024

Irrigação: soja e arroz entram no software da Embrapa

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou a terceira versão do Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação (SiBCTI). A ferramenta está disponível para todas as regiões do Brasil e fornece informações sobre 16 culturas agrícolas, incluindo duas de grande importância nacional: soja e arroz.

A irrigação desempenha um papel fundamental para o agronegócio. O Brasil tem uma área de 8,2 milhões de hectares irrigados, de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Até 2040, o País pode expandir outros 4,2 milhões de hectares, um crescimento de 50% em menos de duas décadas.

Cerca de 22% da área agropecuária atual do Brasil, ou 55 milhões de hectares, poderiam ser irrigados, no entanto, devido a limitações na oferta de água não é viável irrigar mais áreas com segurança hídrica e produtividade. Portanto, o planejamento e a gestão adequada dos recursos hídricos são cruciais para o crescimento sustentável da irrigação.

Como funciona o SiBCTI?

O Sistema de Classificação de Terras para Irrigação auxilia na tomada de decisão relacionada ao uso da terra para fins de irrigação agrícola, a partir de parâmetros relacionados ao solo (profundidade, composição química, capacidade de retenção de água); disponibilidade hídrica (qualidade, quantidade e fonte de captação); e características das culturas agrícolas.

Por meio de um software especializado, o SiBCTI fornece uma classificação das terras em diferentes categorias, indicando se são adequadas, limitadas ou não recomendadas para a prática da irrigação. Essa classificação auxilia os produtores agrícolas, técnicos e demais interessados na seleção adequada das áreas para implantação de projetos de irrigação.

Dessa forma, os produtores podem excluir de seu planejamento os locais que não estão aptos a serem irrigados, ou que apresentariam uma eficiência menor pela irrigação. Com isso, a ferramenta permite o uso racional da água, diminuindo os impactos ambientais e financeiros das lavouras irrigadas.

Quais são as vantagens do sistema para as culturas da soja e do arroz?

De uma forma geral, o SiBCTI permite identificar áreas propícias para a irrigação e planejar sistemas adequados de captação, armazenamento e distribuição da água. Com a ferramenta, é possível determinar quais culturas são mais adequadas para cada região e proporcionar práticas sustentáveis.

Além disso, o sistema fornece informações detalhadas sobre as características do solo que permitem a aplicação correta de fertilizantes, a correção de possíveis deficiências e o planejamento de práticas de conservação do solo, melhorando sua fertilidade e aumentando a produtividade das culturas.

Benefícios para as lavouras de soja

O principal benefício para as lavouras de soja oferecido pelo SiBCTI é a maior segurança de retorno econômico. Com o aumento da produtividade e a redução de riscos na plantação, proporcionados por um sistema adequado de irrigação, o agricultor não precisa depender das chuvas e pode aplicar adubos e defensivos agrícolas com mais eficiência.

A irrigação bem planejada pode contribuir para a abertura de um terceiro cultivo na mesma área, dentro da mesma safra, combinando as plantações de soja com milho, trigo ou feijão — uma prática bastante comum no agronegócio.

Benefícios para as plantações de arroz

O arroz tem uma dependência da água muito maior que outras culturas, por isso, a decisão sobre o sistema de irrigação adequado é fundamental para a viabilidade econômica da lavoura. Alguns modelos, como a irrigação localizada, são muito custosos em solos com baixa condutividade hidráulica na superfície, por conta do pequeno espaço entre as fileiras.

Por meio do sistema, o agricultor pode avaliar o melhor custo-benefício de cada técnica. Por exemplo, a irrigação por aspersão, que tem sido muito usada na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, apresenta uma produtividade menor que o sistema por inundação, no entanto, a lucratividade é maior devido ao manejo facilitado.

Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)

Redação
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