Eu estou me sentindo o Bill Gates, mas de 28 anos atrás…
Todo mundo que trabalha com tecnologia gostaria de se sentir como o Bill Gates, não é mesmo? Principalmente pelas criações, inovações e consistência no mercado, mas o motivo que eu me sinto como ele é por conta desse vídeo:
Em 1995 ele foi no programa do famoso entrevistador David Letterman para falar sobre a internet. Era uma tecnologia nova, que prometia muitas coisas para o futuro, mas ainda estava engatinhando nos casos de uso mais simples, que até se tornaram piadas na concepção do entrevistador.
Desde que percebi o potencial da Web3, nova fase da internet que engloba blockchain, criptomoedas e NFTs, mergulhei de cabeça no assunto e em todas as conversas que tenho com amigos, família e conhecidos, recebo questionamentos muito parecidos com as perguntas realizadas pelo entrevistador. Todas essas dúvidas, mostram que realmente ainda estamos em um estágio embrionário deste mercado, testando os primeiros casos de uso para construir algo maior no futuro, exatamente como a internet fez.
Trazendo alguns exemplos, Bill Gates fala sobre o streaming de um jogo de baseball pela internet e o entrevistador rebate com o argumento que o rádio já faz isso. Quando falamos de blockchain, podemos citar um registro de propriedade de um imóvel e a transferência dele via contratos inteligentes, a grande maioria vai dizer que os cartórios já fazem isso também. Além disso, podemos falar sobre ingressos e passagens registradas como NFTs, evitando falsificações e fraudes. São diversos casos que como na internet, somente o tempo vai nos dizer como atividades comuns em nosso dia a dia serão substituídas.
Inclusive o momento que o mercado de criptoativos está vivendo é muito parecido com a bolha da internet. Conhecida como “Bolha PontoCom”, ela aconteceu em 2000 e foi um momento em que o otimismo em relação às tecnologias de comunicação online excedeu o real valor dos negócios, com muitos investimentos especulativos e um excesso de aportes vindo de empresas de venture capital para acelerar o crescimento das startups, culminando em uma queda brusca dos valores da maioria das empresas desse mercado.
Uma semelhança notável entre essas duas eras, é justamente essa especulação desenfreada. Nos anos 2000, uma intensa especulação sobre as PontoCom dominou as discussões globais. Já nos últimos anos também houve muita especulação sobre criptomoedas, finanças descentraliazadas (DeFi),”memecoins” e tokens não fungíveis (NFTs).
Como qualquer ativo, com uma alta especulação, quando a euforia passa e as entregas reais não correspondem ao preço de tela, as coisas começam a mudar. Apesar de motivos diferentes, podemos observar a semelhança de grandes empresas quebrando nas duas épocas. Na bolha da internet vimos nomes como Pets e WebVan e no mercado de criptoativos vimos projetos e empresas como Luna, FTX e Three Arrows Capital indo à falência.
Só que apesar dessa semelhança negativa, isso não é uma má notícia. Já que olhando para o longo prazo, as empresas que fizeram soluções relevantes, não só sobreviveram, mas se tornaram gigantes do mercado como Amazon, Google e Microsoft.
Por isso, é possível enxergar o mercado de criptoativos com muito otimismo. Estamos acompanhando os projetos que vão criar soluções realmente relevantes para assumir a liderança em seus respectivos setores, como Ethereum na frente de contratos inteligentes, Polkadot conectando blockchains, Chainlink trazendo dados do mundo real para a blockchain, entre outros. Dessa forma, daqui a alguns anos, essa tecnologia assumirá um novo papel em nosso dia a dia, algo essencial para transações, registros e diversos outros casos de uso que vão surgir, assim como foi com a internet.
Imagina ter investido na Amazon, Google ou Microsoft logo no começo delas? Não quero perder essa chance novamente.
Por: Lucas Rangel