Sem intenção não há como criar o impacto positivo necessário ao marketing regenerativo. Essa é daquelas frases que parecem óbvias, mas que, na prática, na operação do dia a dia das empresas, fica somente no mundo das ideias, não são implementadas. Ficam na intenção sem ação.
Para realmente começar uma jornada de transformação rumo ao marketing regenerativo é preciso uma mudança de mindset, como se “uma chave virasse na cabeça”. Muito mais efetiva quando vem do CEO ou da alta liderança das organizações, já que eles têm o poder e os recursos necessários para implementar as mudanças.
A INTENÇÃO CRIA O IMPACTO POSITIVO NECESSÁRIO À ECONOMIA E AO MARKETING REGENERATIVO. E ESSA É UMA TRANSFORMAÇÃO INEVITÁVEL.
Quando essa consciência vem de forma genuína, a mudança acontece. Primeiro, pela incorporação dessa intenção de impacto positivo como base de tudo o que se fará na empresa a partir de agora. Ela passa a estar presente em qualquer discussão feita pelo C-Level, no planejamento de marke- ting e no desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos sustentável.
Para a intenção virar ação é essencial ter uma governança corporativa transparente, que garanta que esses objetivos estratégicos estarão refletidos em toda a empresa. Quando falamos de ESG, a governança irá garantir o cumprimento dessas ações, já que é seu papel assegurar que haja sincronia entre as realizações da empresa e os objetivos do negócio.
Vamos ver como isso funciona na prática? Quando um CEO ou conselho de administração decidem que a empresa adotará boas práticas de sustentabilidade ambiental, por exemplo, essas metas devem estar refletidas em toda a operação: desde a produção, que não pode mais ser feita a qualquer custo, sem considerar os impactos ambientais, até a escolha dos fornecedores, que também devem adotar boas práticas de sustentabilidade.
Passa ainda por direcionar os investimentos em marketing a campanhas que reflitam esse posicionamento: a marca se apropria de alguma discussão de tensão ambiental e ajuda a promover uma transformação na sociedade sobre esse tema.
No planejamento estratégico de um marketing regenerativo, não cabe a execução de ecossistemas temporários, ou de experiências de marca, que não espelhem esse posicionamento.
QUANDO UM CEO DECIDE QUE A EMPRESA ADOTARÁ BOAS PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE, ESSAS METAS DEVEM ESTAR REFLETIDAS EM TODA A OPERAÇÃO.
Isso implica que, em todos os eventos ou ações de live marketing nos quais a marca esteja envolvida, as mesmas metas de sustentabilidade ambiental do exemplo acima devem ser aplicadas: desde o uso de materiais reciclados na montagem; consumo de energias alternativas; até zerar a pegada de carbono do evento e ir além, devolvendo para o ambiente mais do que foi consumido. Passa ainda pela escolha de uma agência de eventos que tenha as mesmas práticas sustentáveis.
Essa mesma lógica se aplica aos objetivos de impacto social e quaisquer outros que sejam priorizados na estratégia da organização.
Percebeu que tudo nasceu de uma intenção genuína e que, a partir daí, toda a empresa começa a se transformar em torno dessa decisão? A intenção cria o impacto positivo necessário à economia e ao marketing regenerativo. E essa é uma transformação inevitável. Arrisco dizer que as empresas que não iniciarem já esse processo não terão lugar no futuro.
Sua empresa está pronta para colocar essa intenção em prática?
Texto: Dilma Campos