O uso da IA, em conjunto com a análise de dados, surge como uma ferramenta promissora na prevenção dessas tragédias em escolas
Diante da recente onda de ataques a escolas, a necessidade urgente de prevenir esses crimes ganha destaque. Com isso, um novo centro de pesquisa vai usar inteligência artificial (IA) para melhorar a segurança pública.
Com a maioria desses atos sendo planejados e até mesmo anunciados em redes sociais, o uso da IA, em conjunto com a análise de dados, surge como uma ferramenta promissora na prevenção dessas tragédias.
Nesse contexto, o Centro de Estudos em Analytics e Políticas de Segurança (FGVAnalytics) foi inaugurado em outubro de 2023 em uma parceria entre a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Universidade de São Paulo (USP) e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP).
O centro tem como objetivo unir esforços acadêmicos e de aplicação prática para buscar soluções baseadas na ciência e na tecnologia para aprimorar a segurança pública.
Esta iniciativa tem um componente muito especial. Ela mobiliza a comunidade acadêmica e os pesquisadores para se debruçarem sobre os problemas de segurança e buscarem soluções baseadas na ciência e na tecnologia.
Marco Antonio Zago, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e ex-reitor da USP.
Para o presidente, o FGVAnalytics mostra como a segurança pública não é uma responsabilidade exclusiva do Estado, mas de toda a sociedade, incluindo os pesquisadores.
Acoplamento de problema e solução
O coordenador do centro, João Luiz Becker, disse que a metodologia utilizada é a de acoplamento de problema e solução. “O objetivo é que daí saiam resultados tecnológicos que ajudem a organizar o fenômeno e a solução”, disse à Agência Fapesp.
Sendo assim, um grupo de pesquisadores e agentes de segurança pública trabalhará em conjunto para identificar problemas e desenvolver soluções tecnológicas.
Projetos de impacto social
Em 2020, a Fapesp lançou o programa Centros de Ciência para o Desenvolvimento, que apoia projetos de pesquisa de até cinco anos em parceria com instituições no Estado de São Paulo para impulsionar impactos sociais, tecnológicos e econômicos.
João Henrique Martins, vice-diretor do FGVAnalytics, destacou a importância de aplicar a metodologia científica a desafios operacionais, como a segurança pública. Atualmente, o centro busca soluções para questões complexas, incluindo os recentes “sequestros Pix” e ataques em escolas.
Ataques em escolas
Sobre os ataques às escolas, Martins explicou que há pelo menos dois pontos que precisam ser considerados:
- Identificação precoce de possíveis agressores ativos, tanto para prevenção quanto para municiar as investigações no futuro, caso o evento já tenha ocorrido.
- Identificação dos chamados replicadores, pessoas que, após o ataque, criam uma percepção de pânico com notícias falsas sobre supostos novos ataques.
Fonte: Olhar Digital