sábado,21 setembro, 2024

Inteligência artificial ajuda arqueólogos a traduzir textos da antiguidade

Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tel Aviv e da Universidade Ariel, ambas em Israel, promete empolgar entusiastas de línguas antigas ou extintas. Isso porque especialistas em ciência da computação conseguiram criar um modelo de comando para inteligência artificial que traduz textos da escrita cuneiforme acadiana, uma representação de linguagem que utilizava objetos em formato de cunha para criar símbolos em argila. Há escritos desse tipo datados de 3400 a.C. a 2500 a.C..

“Centenas de milhares de tabuletas de argila inscritas na escrita cuneiforme documentam a história política, social, econômica e científica da antiga Mesopotâmia. No entanto, a maioria desses documentos permanece sem tradução e é inacessível devido ao seu grande número e à quantidade limitada de especialistas capazes de lê-los”, comentam os pesquisadores no estudo.

O acadiano é considerado uma língua semítica oriental e era falado em várias regiões da antiga Mesopotâmia, incluindo as regiões de Acádia; Assíria; a região do sítio arqueológico de Isin; a antiga cidade de Larsa; a Babilônia; e, possivelmente, Dilmun, no Golfo Pérsico.

Publicado no periódico PNAS Nexus, da Oxford University Press, o novo artigo descreve como os textos com diversos símbolos extintos podem ser traduzidos para o inglês. Os pesquisadores criaram duas versões do modelo de inteligência artificial: uma que traduz o acadiano representado por sinais cuneiformes previamente traduzidos para a escrita latina e outra que traduz os escritos a partir de representações dos signos cuneiformes em unicode (o equivalente computacional de cada símbolo usado no sistema de escrita antigo).

A versão com o alfabeto latino apresentou resultados mais satisfatórios: ela atingiu uma pontuação de 37,47 no Best Bilingual Evaluation Understudy 4 (BLEU4), um teste que analisa o nível de correspondência entre uma tradução automática e uma tradução humana do mesmo texto.

Para criar a tradução e glifos cuneiformes para o inglês, os autores utilizaram de métodos de processamento de linguagem natural (NLP, na sigla em inglês). O objetivo da tradução do acadiano para o inglês, segundo os pesquisadores, é fazer parte de uma colaboração homem-máquina e criar um canal que auxilie um estudioso do antigo método de escrita.

Na prática
A inteligência artificial demonstrou ter uma precisão de alto nível ao traduzir textos acadianos formais, como decretos reais ou presságios. Entretanto, em textos mais literários e poéticos, essa taxa de acertos não foi tão alta. Documentos como cartas de líderes religiosos ou tratados “bugavam” a tecnologia, que oferecia traduções totalmente não relacionadas ao escritos.

Fonte: Revista Galileu

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