Vivemos em uma era de constante evolução tecnológica que está transformando todas as áreas de nossas vidas. A área financeira não é exceção. As inovações tecnológicas estão revolucionando a forma como lidamos com o dinheiro, os investimentos e até mesmo as instituições financeiras tradicionais. Neste artigo, exploraremos como as inovações e potenciais disrupções na área de finanças estão abrindo um novo caminho.
O tradicional ambiente bancário no qual o gerente de contas era o principal consultor financeiro da família foi forçado a mudar, já que o bancário trazia consigo inúmeras limitações de escopo e produtos financeiros. Podemos chamar este de ambiente financeiro versão 1.0.
No final da década de 2000 surgem as primeiras corretoras independentes, com mais tecnologia, algumas mais focadas em “educação” para o investidor, criando estratégias focadas em giro de carteira, pois com o giro ganhava-se as comissões. Já na década de 2010, há um escalonamento do LTV (life time value), ou seja, a receita que o cliente pode trazer ao longo de sua jornada com a empresa, e o foco começa a mudar, do produto para o cliente.
O entendimento do LTV, juntamente com melhorias tecnológicas e de arcabouço regulatório, possibilitaram a criação de plataformas mais sustentáveis, chegando efetivamente a incomodar o mercado financeiro tradicional, tendo sido a maior delas comprada por um dos grandes bancos nacionais.
Neste sentido, a inovação na área de finanças refere-se à introdução de novas tecnologias e modelos de negócios que transformam a maneira como as transações financeiras são realizadas, bem como os custos. Essa transformação é impulsionada por avanços em áreas como inteligência artificial, blockchain, fintechs e pagamentos digitais. Essas disrupções sustentáveis estão democratizando o acesso aos serviços financeiros, criando novas oportunidades e desafiando as estruturas tradicionais.
As instituições financeiras tradicionais têm sido confrontadas com desafios significativos. A era digital trouxe consigo uma oferta de serviços financeiros mais ágeis, acessíveis e personalizados. As fintechs, startups financeiras ágeis e inovadoras, estão ganhando espaço rapidamente ao oferecerem soluções mais eficientes e adaptadas às necessidades dos consumidores e com menor regulação do que as instituições tradicionais.
E as inovações na área de finanças trazem consigo uma série de benefícios. Os serviços financeiros estão se tornando mais acessíveis, eliminando barreiras geográficas na medida do possível e oferecendo oportunidades, muitas plataformas com conteúdo educacional gratuito e de qualidade, para aqueles que antes estavam excluídos do sistema financeiro tradicional. Além disso, a tecnologia está permitindo uma análise de dados mais sofisticada, proporcionando insights valiosos para o gerenciamento do cliente e para a tomada de decisões financeiras mais fundamentadas.
As fintechs estão liderando o movimento de disrupção sustentável na área de finanças. Essas empresas estão introduzindo soluções inovadoras em pagamentos, empréstimos, investimentos e aconselhamento financeiro pessoal. Por exemplo, aplicativos de pagamento digital estão ganhando popularidade, oferecendo uma alternativa conveniente aos métodos tradicionais.
Com sua demanda por serviços mais ágeis, baratos e personalizados, estão impulsionando as inovações no setor. Ao adotar essas novas tecnologias e serviços, um grupo ainda pequeno de consumidores está capacitando-se financeiramente, tornando-se mais independentes e informados sobre suas escolhas.
Apesar dos benefícios trazidos pela disrupção financeira, também existem desafios e preocupações a serem enfrentados. A segurança e a proteção de dados são aspectos críticos, uma vez que transações financeiras ocorrem cada vez mais no ambiente digital. Além disso, a inclusão financeira deve ser uma prioridade, garantindo que as inovações beneficiem a todos, independentemente de sua situação socioeconômica.
Paulo Marostica, planejador financeiro e sócio da Matriz Contábil