sexta-feira,20 setembro, 2024

Inovação: 1º Encontro Alimentos do Futuro trata sobre perspectivas e tendências

“Precisamos produzir alimentos visando melhorar a qualidade e pensar no futuro o que a população vai comer daqui 30 anos”, enfatizou o fundador e presidente do Biopark, Luiz Donaduzzi, na abertura do 1º Encontro Alimentos do Futuro: “Perspectivas e tendências do setor produtivo paranaense em alimentos saudáveis”. O evento aconteceu na quinta-feira (11) nas instalações do Biopark

O Encontro teve como objetivo traçar as linhas de pesquisa e definir as diretrizes de atuação que serão desenvolvidas pelo Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI). Durante o evento também ocorreram discussões sobre o futuro da alimentação, tendências e a importância do investimento em pesquisa e inovação nesta área.

“Eu não acredito que no futuro ainda seja amplamente consumida a carne de gado. Hoje, há tendências de novos alimentos, tem muita gente que não está mais comendo carnes de animais. Então, vamos pensar em outras fontes de proteínas”, pontou Donaduzzi.

Conforme o presidente, o evento conseguiu reunir um time de clientes com grandes cooperativas: dez grandes empresas que irão fazer parte como clientes. Esse grupo que vai levar até a academia as principais necessidades, o que é preciso atender.

“Estamos invertendo a lógica da pesquisa e da inovação: é o cliente que vai dizer o que a academia tem que fazer e não a academia que vai ofertar o produto. Gostei do conceito do NAPI porque o governo vai entrar com 50% e os dez cliente vão entrar com os outros 50% no limite, eles vão gastar 5%, mas terão acesso a 100% da pesquisa, não tem negócio melhor, é uma parte das pesquisa que chamamos de pesquisa aberta, depois que entra no segmento industrial é com cada empresa direciona. Vamos avançar muito na parte da inovação”, salientou Donaduzzi.

O evento foi uma promoção do Biopark, Biopark Educação, Fundação Araucária, Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI-PR), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e Embrapa. 

PESQUISA E INOVAÇÃO – O diretor do Biopark Educação, Paulo Rocha, enfatizou que o evento reuniu no Biopark toda a cadeia produtiva e os maiores institutos de pesquisa na área de alimentos para garantir a toda a região de Toledo e do Paraná o que há de mais avançado de tecnologia na área de alimentos. Ele salientou que foi mais um importante passo, pois após o Encontro foi a abertura para uma agenda de trabalho com a criação de um plano e assim ter um ambiente de inovação continua no Biopark.

“Tudo isso envolve o NAPI que é um arranjo onde integra desde pesquisa básica das instituições de ensino superior, instituições de pesquisa aplicada e a cadeia produtiva com o objetos de transformar pesquisa em produto e assim transformação social. Integramos todos esses atores com o mesmo objetivo”, declarou ao acrescentar que o evento contou com aproximadamente 200 pessoas – representantes de seis estados.

CIÊNCIA E PRÁTICA – Para o coordenador de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo do Estado do Paraná para sua fala – no ato representando o secretário Aldo Nelson Bona – Marcos Pelegrina, é fundamental a aplicação de políticas públicas voltadas a inovação e tecnologia. “São muitas as perspectivas em relação a esse primeiro passo. Para nós, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, é muito importante estarmos aqui, para que possamos colocar o sistema estadual de ciência e tecnologia e, nesse caso, eu falo de todas as universidades do Estado estarem a disposição das cooperativas para que possamos resolver as principais dores do setor”, conclui.

Tecnologia e produtividade envolvem o desenvolvimento de alimentos saudáveis

A vice-diretora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), Gisele Camargo, falou sobre a importância e os modelos para inovação – Foto: Samara Denardi

O 1º Encontro Alimentos do Futuro: “Perspectivas e tendências do setor produtivo paranaense em alimentos saudáveis” contou com a participação de gestores do segmento, especialistas da área, pesquisadores, estudantes, técnicos e público geral interessado. A programação vai contar com mesa redonda e palestras sobre tendências e mercado dentro das temáticas de alimentos industrializados, proteína vegetal e animal.

A palestra de abertura foi com a vice-diretora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), Gisele Camargo. O tema foi ‘Alimentos industrializados: importância e modelos para inovação’. Ela trouxe informações sobre os trabalhos da ITAL e a experiência dos 60 anos que a empresa tem no segmento.

“Falamos sobre alimentos industrializadas, desafios e o que podemos fazer para evoluir. É complexo criar alimentos saudáveis. Temos que evoluir e criar novos modelos e ecossistemas para que cheguem até a sociedade”, pontou a Gisele ao enfatizar que a empresa assinou, neste ano, um protocolo de intenção com o Biopark e vai apoiar onde houver demanda do setor produtivo.

DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO – Em relação aos desafios deste período pós-pandemia, a vice-diretora destacou que ocorreram diversas mudanças alimentares. Ela citou que o grande desafio envolve desenvolver alimentos que tenham ingredientes saudáveis, mas que tenham sabor, facilidade, praticidade, em como fazer tudo isso e estar trabalhando com saúde.

“A pandemia deixou tudo isso mais claro, as pessoas começaram a pensar como vou consumir uma alimento mais saudável, passaram a refletir mais sobre isso. O alimento industrializado ele não é o grande vilão. Ele é uma possiblidade de tratar e abastecer o mundo inteiro de forma segura. Temos que ter alimentos mais sustentáveis e saudáveis, mas também temos que fazer parte da praticidade e trazer o sabor que o consumidor deseja”, salientou.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – O vice-presidente do Biopark, Paulo Victor Almeida, reforçou que para superar os desafios é preciso contar com planejamento estratégico e, com isso, enfatizou a necessidade de discutir os temas e reunir os segmentos do setor.

“O grande objetivo de realizarmos esse evento é conseguir conciliar os interesses de todos os envolvidos para produzir essa temática que é o nosso NAPI de alimentos saudáveis. O tema foi propício para esse primeiro encontro: falar sobre os alimentos do futuro e colocamos todos os participantes para estarem juntos definindo como vão ser os planejamentos estratégicos para transformar pesquisa e inovação e ser colocado na mesa de todo o consumidor. Resumindo foi harmonizar interesses de todos dos envolvidos”, esclareceu.

Para Almeida, trabalhar todos esses aspectos é algo complexo porque envolve políticas estruturantes dos governos do Estado, do Município, Federal. “Além disso, envolve os maiores centros de pesquisas e, principalmente, os interesses privados, das cooperativas e das industrias que têm o dever de escalar, de empacotar tudo o que for pesquisa e tiver aplicabilidade no dia a dia e desenvolver essa harmonia no próximo passo da pesquisa”, finalizou.

PALESTRAS

Confira os temas abordados no 1º Encontro Alimentos do Futuro: “Perspectivas e tendências do setor produtivo paranaense em alimentos saudáveis”:

*“Alimentos industrializados: importância e modelos para inovação”, com Gisele Camargo – vice-diretora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL); 

*Mesa redonda “Proteínas vegetal e animal”:

André Dutra – chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos;

Lícia Maria Lundstedt – chefe adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura;

Vivian Feddern – pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves; 

Meg Caetano Felippe – diretora comercial do Carrefour Brasil;

Hugo Caruso – diretor da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa);

Nélida Lucia del Mastro – colaboradora e consultora do Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares/Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN/CNEN);

Mesa redonda com Cooperativas e Empresas do setor;

*“Desafios e oportunidades para a produção de proteína animal”, com Everton Luís Krabbe, chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves; 

*“Alimentos industrializados: tendências de consumo e mitos”, com Luís Fernando Ceribelli Madi – diretor de Assuntos Institucionais do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL).

Por: Jornal do Oeste

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