O Brasil precisa de 159 mil novos profissionais da área a cada ano, segundo a associação que representa as empresas de tecnologia. É o triplo do número de estudantes que se formam anualmente.
Em São Paulo, cursos de capacitação têm exatamente o objetivo de preparar jovens para o trabalho em uma área que está precisando muito de profissionais.
O estudante João Victor Santos Pereira sempre foi fanático por games. Só não imaginava que teria a chance de conhecer os códigos dessa tecnologia, nem que isso viraria um projeto para o futuro.
“Eu entrei aqui, sabia ligar o computador e mexer, porque entretenimento uso bastante. No fim, eu acabei descobrindo que eu gosto bastante de programação assim”, conta.
O curso começou em 2023 na Favela de Paraisópolis, uma das maiores de São Paulo. Os professores têm quase a mesma idade dos alunos. Apaixonados por computação, o Henrique Sampaio e o Luca Lutfalla criaram um projeto social para ensinar quem não pode pagar um curso. Eles explicam como fazer sites, jogos e até aplicativos.
O desemprego tem níveis acima da média entre os jovens. Na faixa dos 18 aos 24 anos, atinge quase 17%.
Aprender programação pode ser uma boa alternativa para quem sofre com a falta de oportunidade, dizem os criadores do projeto.
“Já tem uma enorme área de trabalho, mas também tem um potencial de crescimento enorme. Então, eu acho que é uma habilidade muito útil para os nossos alunos saberem”, diz Henrique Sampaio.
“Tem alguns alunos com muito talento e eu acho que eles vão fazer cursos mais complexos para o futuro deles, que vai abrir muito a porta”, afirma Luca Lutfalla.
Em uma outra sala de aula, os estudantes também estão interessados em tecnologia e enfrentavam as mesmas dificuldades para ter acesso à capacitação. O curso gratuito foi criado por uma empresa que está de olho no desempenho dos alunos. É de lá que pode sair boa parte dos próximos funcionários: mão de obra especializada, que tem sido difícil encontrar.
O país precisa de 159 mil novos profissionais dessa área a cada ano, segundo a associação que representa as empresas de tecnologia. É o triplo do número de estudantes que se formam anualmente.
“A carência de profissionais de tecnologia no mundo hoje é crescente. E cada profissional desses formados aqui tem uma amplitude de possibilidades com os conhecimentos em tecnologia que eles estão ganhando”, afirma Daniel Justo, presidente da Ford na América do Sul.
O curso abriu um novo horizonte para Mayara Santos da Silva. As aulas terminaram em agosto e ela já começou um estágio na empresa.
“A gente aprende bastante no estágio e coloca em prática também, ao mesmo tempo. Eu to muito ansiosa, quero poder começar o estágio e seguir avançando. Eu estou raciocinando ainda tudo isso. É um sonho”, conta.
Fonte: G1