sábado,23 novembro, 2024

Incubadora do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Uerj seleciona projetos de inovação em saúde

Oferecer infraestrutura e consultoria técnica especializada para aperfeiçoar e consolidar empreendimentos inovadores na área da saúde. Esse é um dos principais objetivos da recém-criada incubadora e aceleradora de base tecnológica do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) da Uerj. Com cinco vagas ofertadas, a InovaHupe, como é chamada, lançou o primeiro edital nesta segunda-feira (3), em solenidade realizada no auditório do hospital. “Oncologia: um olhar para o futuro” é o tema da seleção, que busca identificar, promover e qualificar iniciativas e empresas que desenvolvam ações de impacto no setor de assistência oncológica. São válidas propostas que contemplem atenção clínica, cirúrgica, assistencial, pesquisa ou formação.

Na visão do diretor do Hupe, Ronaldo Damião, os resultados relevantes virão já nesse primeiro trabalho da incubadora. “Na área de saúde de forma geral, há carência de materiais que sejam mais eficientes e disponíveis. Por isso, ter um grupo pensando em solucionar essas questões, dentro de um hospital que lida principalmente com média e alta complexidade, é muito importante para a instituição”, pontua.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 704 mil novos casos da doença por ano até 2025. “É um problema de saúde pública que foi ainda mais agravado com a pandemia. Então, fazemos esse chamamento, pois é preciso estimular a criação de soluções que possam melhorar os processos, serviços ou produtos relacionados à questão oncológica. Isso beneficia toda a sociedade, sobretudo o Sistema Único de Saúde (SUS), que é a nossa vocação”, frisa a professora Alexandra Monteiro, coordenadora da InovaHupe e vice-diretora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Uerj.

Na avaliação dos candidatos, serão considerados determinantes o conteúdo tecnológico, o grau de inovação da ideia apresentada, o potencial mercadológico do negócio e sua viabilidade técnica e financeira. O processo de produção, que não deve ser poluente, e a capacidade empresarial da equipe são alguns dos outros requisitos.

Os selecionados contarão com apoio gerencial, por meio de curso e mentoria qualificada de pesquisadores, professores e profissionais experientes da Uerj e de instituições parceiras. Além do acompanhamento contínuo do projeto, os empreendedores terão orientações sobre como concorrer a editais de financiamento destinados a recursos tecnológicos. Também serão disponibilizados gratuitamente espaços como laboratórios, salas de reuniões, auditório, serviço de telefonia, acesso à internet, segurança e limpeza, entre outros. Os projetos aprovados serão incubados e apresentados, em agosto, no 61º Congresso Científico do Hupe, que também destacará a oncologia.

Cultura de inovação

Fundada em março, a InovaHupe é a primeira incubadora do estado vinculada a um hospital público e a sexta mantida pela Uerj. As demais estão associadas à Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Centro do Rio; ao Instituto de Matemática e Estatística (IME); à Faculdade de Engenharia (FEN), no campus Maracanã, ao Instituto Politécnico (IPRJ), em Nova Friburgo; e à Faculdade de Tecnologia (FAT), em Resende.

A nova aceleradora é fruto da parceria entre o Hupe e o Departamento de Inovação (InovUerj). “Quem cria os projetos são as unidades acadêmicas. Nosso papel é orientar, cuidar e articular as empresas juniores e incubadoras da Universidade, executando a parte administrativa e jurídica”, esclarece a professora Marinilza Bruno, diretora do InovUerj.

Concebida como um polo de inovação, a InovaHupe visa colaborar para o desenvolvimento social, tecnológico e econômico no campo da saúde. Disseminar a cultura empreendedora, estimulando um ambiente de negócios que induza o surgimento e crescimento de empresas disruptivas é a missão da incubadora. A iniciativa integra ainda o projeto Hupe Digital, desenvolvido nos últimos anos, que incluiu adoção do sistema de prontuários eletrônicos, digitalização do serviço de radiologia e diagnóstico por imagem, a robótica na clínica cirúrgica e a central de teleconsultas, inaugurada em fevereiro, que deve prestar até 12 mil atendimentos remotos por mês.

A professora Alexandra, que também coordena o Telessaúde Uerj, lembra a tradição da Universidade na implementação de soluções inovadoras. “Temos uma bagagem de 20 anos no campo da inovação e de pelo menos uma década no empreendedorismo. Nesse sentido, podemos contribuir trazendo nossa experiência e envolvendo o programa de pós-graduação, que é um mestrado profissional para atender demandas na área da telemedicina”, explica.

“Sabemos que as temáticas da inteligência artificial, big data, internet das coisas e saúde digital estão na agenda de governos, mercado e pessoas. Nós, aqui no Hupe, já estamos há muito tempo engajados nessas pautas, fomentadas pelo Departamento de Inovação, que oferece, inclusive, capacitação docente para educação empreendedora”, acrescenta.

Por: Diretoria de Comunicação da UERJ

Redação
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