A idade não deve ser um critério determinante na seleção de profissionais
Nos últimos anos, um movimento significativo vem tomando forma no mercado de trabalho brasileiro e global: a valorização e inclusão de profissionais com mais de 50 anos. De acordo com dados recentes do IBGE, cerca de 25% da população brasileira, o equivalente a quase 55 milhões de pessoas, possui mais de 50 anos. Essa faixa etária monta um mercado com um impacto econômico notável, movimentando aproximadamente dois trilhões de reais apenas no Brasil, enquanto globalmente esse valor ultrapassa os 15 trilhões de dólares.
Thomás Della Torre, Headhunter e Especialista em Carreira, enfatiza que a idade não deve ser um critério determinante na seleção de profissionais. Ele ressalta que a experiência acumulada ao longo dos anos pode conferir uma resiliência valiosa, tornando esses profissionais mais aptos a enfrentar desafios e se adaptar às mudanças no ambiente de trabalho. “Ignorar o potencial de indivíduos com mais de 50 ou 60 anos é uma demonstração de falta de visão por parte das empresas, que perdem a oportunidade de aproveitar talentos comprovados e capazes de contribuir de maneira significativa”, determina Della Torre.
Observando a crescente expectativa de vida e o contínuo acesso à tecnologia e inovação, fica claro que as pessoas estão envelhecendo com a disposição e habilidades necessárias para permanecerem produtivas e relevantes no mercado de trabalho. Esse cenário ganhou ainda mais destaque após a pandemia, com ênfase nas práticas empresariais voltadas para questões sociais, ambientais e de governança (ESG).
Sendo assim, a discussão em torno da inclusão etária tem crescido, indicando uma tendência promissora para os próximos anos: a ascensão de indivíduos mais maduros ocupando cargos de responsabilidade e mantendo-se ativos em suas carreiras por mais tempo. Uma vez que a maturidade profissional traz consigo uma riqueza de experiências e habilidades, e cada vez mais empresas estão percebendo o potencial desses profissionais 50+ para enriquecerem suas equipes e operações.
Thomás Della Torre compartilha alguns insights para as empresas que desejam adotar essa tendência inclusiva, são eles:
- Oferecer treinamentos que abranjam novas tecnologias e tendências do mercado
- Promover eventos que promovam a integração de todas as gerações no ambiente de trabalho.
- Delegar responsabilidades e reconhecimento aos profissionais 50+, integrando-os naturalmente nas operações diárias.
- Realizar campanhas internas de conscientização sobre a importância da diversidade geracional para o sucesso da empresa.
- Buscar orientação e expertise de profissionais e empresas que lideram a discussão sobre inclusão etária.
- Demonstrar aos colaboradores que a empresa valoriza o desenvolvimento de carreiras e oportunidades de crescimento, independentemente da idade.
Ao considerar os benefícios trazidos por profissionais experientes ao dia a dia das empresas, destacam-se a resiliência adquirida ao longo do tempo, a capacidade de contribuir para decisões mais sólidas e a oportunidade de inserir a empresa na vanguarda das organizações socialmente responsáveis.
A tendência é clara: a inclusão de profissionais 50+ é um caminho que se alinha aos valores corporativos modernos e à busca por equipes diversificadas e resilientes. Ignorar o potencial desses profissionais é deixar de lado uma fonte valiosa de conhecimento e experiência que pode impulsionar o sucesso empresarial.
Sucesso além dos 50! Warren Buffett, que acumulou sua riqueza após os 65 anos; Harland Sanders, que vendeu sua primeira franquia do KFC aos 62 anos; John Pemberton, criador da Coca-Cola aos 55 anos e Charles Flint, fundador da IBM aos 61 anos, mostram que grandes realizações não têm idade limite.
Thomás Della Torre, Diretor Executivo da BLUE, consultoria boutique de recrutamento e seleção
Fonte: Redação Mundo RH