A agropecuária é essencial para movimentar a economia do país. Levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostra que, no acumulado de janeiro a março de 2023, as exportações do setor movimentaram US $17 bilhões do total de US $76,4 bilhões comercializados pelo Brasil no primeiro trimestre. Por outro lado, vários problemas ambientais estão atrelados à expansão da agropecuária e à utilização de métodos para o cultivo e criação de animais.
Na agricultura, os vilões são o desmatamento, as queimadas e a utilização de agrotóxicos que contaminam o solo, o lençol freático e os rios. Já na pecuária, a substituição da cobertura vegetal pelas pastagens também contribui para intensificação do aquecimento global porque os animais liberam gás metano.
Em resumo, se, por um lado, temos uma necessidade latente de produzir alimentos para atender a demanda global, do outro, precisamos, urgentemente, preservar a natureza. Com isso, novos manejos e inovações tecnológicas aparecem e se tornam grandes aliados do produtor responsável. “Nosso grande desafio não é apenas pensar em formas de reduzir o impacto de todas as nossas atividades, mas reduzir esse impacto acelerando a geração de renda para as pessoas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida da população. Onde há desenvolvimento, educação e geração de renda existe preservação e cuidado com o meio ambiente”, avalia Milton Steagall, CEO do Grupo BBF (Brasil BioFuels), empresa que tem como objetivo descarbonizar a Floresta Amazônica e mudar a matriz energética da região Norte do Brasil por meio de iniciativas como a produção de biocombustíveis para a geração de energia renovável.
Responsabilidade ambiental
A agenda ambiental está na ordem do dia no mundo todo e há um grande desafio geral que é o aumento da produção, com a redução do impacto ambiental. Por isso, é imprescindível o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para o setor do agronegócio. A Inteligência Artificial, drones e sensores e softwares de agricultura digital são algumas das alternativas. “A liderança brasileira na produção de alimentos e matérias-primas está alicerçada em ciência e tecnologia e são essas áreas que vão nos permitir dar um novo salto de crescimento, nos posicionando como referência no contexto da bioeconomia”, explica Steagall. Abaixo, alguns exemplos a favor da agricultura e da pecuária no Brasil:
Captura de carbono: O CO2 capturado reduz significativamente as emissões de gases do efeito estufa, contribuindo para diminuição dos impactos do aquecimento global. Além disso, é possível lucrar com essa alternativa porque o carbono pode ser transformado em novos materiais plásticos muito utilizados nas indústrias.
Prova de Emissão de Gases (PEG): A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) lançou um método para medir a emissão de gás metano em bovinos de raças europeias. A tecnologia, denominada Prova de Emissão de Gases (PEG) ajuda na seleção de reprodutores, unindo ganho de peso à menor produção do gás durante a digestão.
Agricultura 4.0: A agricultura digital é um conjunto de tendências tecnológicas no agronegócio: maquinários de última geração, softwares de gestão e análise e sistemas que utilizam inteligência artificial para melhorar a gestão dos insumos, reduzir desperdício e aumentar a eficiência no uso de recursos. Com essas tecnologias, é possível elevar a produção, aumentar a rentabilidade e, claro, reduzir o impacto das atividades rurais sobre o meio ambiente. Entre as ferramentas que revolucionaram as operações, é possível encontrar grandes produtores que usam drones, sistemas de gestão, mecanismos e dispositivos para atividades remotas, automóveis e máquinas, entre outras. Neste contexto, é possível contar com sistemas regenerativos que possuem o compromisso de melhorar os resultados produtivos, ecológicos e sociais. Essas práticas integradas trazem medidas para aumentar a saúde do solo, sequestrar carbono da atmosfera, manter a qualidade da água, conservar e expandir a biodiversidade e melhorar a qualidade de vida.
Energia Solar: Sistemas de geração de energia solar reduzem os impactos na natureza porque são uma fonte inesgotável e com zero risco de poluição é considerada inesgotável. A energia solar ainda ajuda na redução de gastos com a conta de luz, chegando a uma economia de até 99%.
Horta inteligente: Produzir o seu próprio alimento, seja em hortas comunitárias ou caseiras, contribui para a redução da pobreza, melhora a saúde e, claro, auxilia na preservação do meio ambiente. A prática, inclusive, é recomendada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A horta inteligente, por exemplo, com sistema autoirrigável, é uma alternativa simples e eficiente, vendida por iniciativas como a da empresa Yes We Grow. “Nunca tivemos tanto veneno em nossa alimentação e a agricultura urbana doméstica traz consciência alimentar e ecológica. E em muitos casos, cultivar em casa, nem que seja um pezinho de manjericão mostra que a economia pode ser enorme”, finaliza Rafael Pelosini, CEO e Fundador da Yes We Grow.
Por: EXAME Solutions