quarta-feira,11 dezembro, 2024

Impacto da IA: Músicos Podem Perder R$ 139 Bilhões até 2028

Dados foram levantados pela Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores

Nesta quarta-feira (4), a CISAC (Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores) divulgou os resultados de um estudo global sobre o futuro do mercado de criatividade. Segundo os autores, os criadores de música e audiovisual podem perder, respectivamente, 24% e 21% de suas receitas até 2028. O que representa uma perda acumulada de € 22 bilhões (R$ 139 Bilhões) ao longo de cinco anos.

“Em um ambiente regulatório inalterado, os criadores sofrerão perdas em duas frentes: a perda de receitas devido ao uso não autorizado de suas obras por modelos de IA generativa sem remuneração; e a substituição de suas fontes tradicionais de receita pelo efeito concorrencial de conteúdos gerados por IA competindo com obras humanas”, diz a conclusão do relatório, feito pela confederação em parceria com a PMP Strategy, consultoria de gestão estratégica, para a realização do relatório.

De acordo com o estudo, o mercado de conteúdo musical e audiovisual gerado por IA crescerá ainda mais nos próximos anos, passando de € 3 bilhões (R$ 18 bilhões) para € 64 bilhões (R$ 405 bilhões) em 2028.

No entanto, os representantes da CISAC afirmam que esse aumento é fruto direto da reprodução não licenciada de obras feitas por humanos, o que representa um prejuízo aos criadores. Em contrapartida, a IA deve representar cerca de 20% das receitas de plataformas tradicionais de streaming de música e 60% das bibliotecas de música até 2028.

A perda também será significativa para o audiovisual. Tradutores e adaptadores para dublagem e legendas sofrerão o maior impacto, com 56% da arrecadação em risco, enquanto roteiristas e diretores poderão sofrer uma redução salarial de 15% a 20%.

“A IA tem o poder de desbloquear novas e emocionantes oportunidades, mas devemos aceitar que, se mal regulamentada, a tecnologia também pode causar grandes danos aos criadores humanos, às suas carreiras e meios de subsistência”, escreve Björn Ulvaeus, presidente da CISAC.

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