sexta-feira,20 setembro, 2024

IBGE aponta que, mesmo qualificadas, mulheres seguem ganhando menos

A participação feminina no mercado de trabalho tem se ampliado nos últimos anos, contudo, as condições trabalhistas e a remuneração ainda têm muito o que progredir. Existem batalhas que são enfrentadas diariamente pelas mulheres como a tripla jornada (trabalhar fora, cuidar da família e de si), lidar com os assédios, a desigualdade de cargos e também salarial.   

Alcançar a inserção no mercado de trabalho, consolidar-se e ter perspectivas de crescimento profissional ainda são obstáculos que são encarados pelas mulheres em níveis mais acentuados que para os homens.  

A Superintendente da Unidade Estadual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em Mato Grosso, Millane Chaves, relata sobre os dados coletados pelo Instituto que comprovam a diferença salarial entre os gêneros. Os dados são coletados por meio da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD). 

“Os próprios dados do IBGE demonstram que a mulher tem uma dupla jornada de trabalho. É preciso que essas horas sejam contabilizadas e apresentadas para que essas longas jornadas não sejam romantizadas. Muitas vezes as mulheres acabam optando por trabalhos que não exijam tanto para que elas possam se dedicar a essa dupla jornada”, diz a Superintendente.   

As mulheres trabalham, em média, três horas por semana a mais do que os homens, combinando trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas. Mesmo trabalhando mais horas e possuindo um nível mais alto de escolarização, a mulher segue ganhando salários menores, diz o estudo de Estatísticas de Gênero, divulgado pelo IBGE.  

Millane trabalha no Instituto a vinte anos, mas a oito segue como chefe da superintendência. Além de servidora pública, a economista também leciona em cursos de pós-graduação na Universidade de Cuiabá (Unic) e é especialista nos temas de: gestão de projetos, finanças públicas, políticas públicas, economia do meio ambiente, planejamento urbano e dados socioeconômicos.  

“Eu me sinto muito feliz e realizada por ter conseguido conquistar tudo o que conquistei. O que eu mais admiro dentro do IBGE é a nossa autonomia técnica. Nós temos a autonomia de informar dados estáticos com a maior qualidade possível. Somos muito capacitados e gostamos muito do que fazemos”, expressa.  

Censo Demográfico   

O Censo Demográfico é a pesquisa mais importante do IBGE. É a única forma de obter informação sobre a situação de vida da população em cada um dos municípios e localidades do Brasil. As demais pesquisas domiciliares são levantamentos por amostragem e não alcançam o mesmo nível geográfico, pois não visitam todas as residências do país. Segundo o próprio Instituto, a primeira contagem da população brasileira foi realizada em 1872, ainda durante o Império. 

O último Censo Demográfico foi aplicado no país em 2010 e, após os desafios enfrentados pela pandemia que adiou o censo previsto para 2020, iniciou-se o a pesquisa em 2022. A Superintendente relata que uma das principais dificuldades de realizar a pesquisa em Mato Grosso é grande extensão territorial do estado.  

“Eu costumo dizer que aqui são feitos três censos. O censo demográfico, o censo nos territórios indígenas e no Pantanal. É um dos estados com maior dificuldade de ser feita uma operação tão grande. São mais de um milhão de domicílios. Fazer o Censo em Mato Grosso é um desafio”, revela.   

De acordo com a Superintendente Millane, a coleta de dados foi finalizada no dia 28/02. 

Por: Victória Oliveira 

Victória Oliveira
Victória Oliveirahttp://www.360news.com.br
Victória Oliveira é jornalista e estudante de cinema integrante do time 360 News. Especialista em escrever sobre atualidades, tecnologia, cultura e entretenimento.

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