Assim como Papa Leão 13 se posicionou sobre tecnologia na Revolução Industrial, Robert Prevost demonstrou preocupação com a IA

Na quinta-feira (8) aconteceu a escolha do novo papa, o norte-americano Robert Prevost, o Leão 14. Neste sábado (12), em seu primeiro discurso ao Colégio dos Cardeais, ele explicou a escolha de seu nome. E tudo tem relação com a IA (inteligência artificial). Confira abaixo!

“Há diferentes razões para isso, mas principalmente porque o Papa Leão 13, em sua histórica Encíclica Rerum Novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial”, explicou ele.

Leão 14 ainda relacionou os desenvolvimentos da “inteligência artificial” como uma nova revolução industrial. Sendo assim, ele se posicionou a fim de abordar essa mudança tecnológica como seu homônimo, há mais de um século.

Papas se pronunciam sobre trabalho desde a Revolução Industrial até a era da IA

Na encíclica Rerum Novarum de 1891, o Papa Leão 13 confrontou a Revolução Industrial, que gerou riqueza e capacidade produtiva às custas dos trabalhadores humanos, com condições de trabalho que criaram miséria, de acordo com o Papa. Na época, os trabalhadores enfrentavam jornadas de 16 horas, trabalho infantil, maquinário perigoso e salários insuficientes.

A carta do Papa defendeu os direitos dos trabalhadores de formarem sindicatos, ganharem salários dignos e descansarem aos domingos, bem como a dignidade do trabalho e as obrigações morais dos empregadores para com seus trabalhadores.

Assim como a mecanização afetou o trabalho tradicional no passado, nos dias de hoje, a IA também ameaça os padrões de emprego, chamando atenção da liderança da Igreja Católica.

Em agosto de 2023, o Papa Francisco, que morreu em abril deste ano, já havia estabelecido a IA como uma prioridade do Vaticano. Além disso, mais recentemente, em janeiro, Francisco fez um novo alerta sobre o tema.

“Como qualquer produto da criatividade humana, a IA pode ser direcionada para fins positivos ou negativos”, disse. “Quando usada de maneiras que respeitem a dignidade humana e promovam o bem-estar de indivíduos e comunidades, ela pode contribuir positivamente para a vocação humana. No entanto, como em todas as áreas em que os humanos são chamados a tomar decisões, a sombra do mal também paira aqui. Onde a liberdade humana permite a possibilidade de escolher o que é errado, a avaliação moral dessa tecnologia precisará levar em conta como ela é direcionada e usada.”

Por: Isabela Oliveira