Há poucos anos, era improvável imaginar que a IA seria de tão fácil acesso como é hoje: se antes estava restrita a grandes empresas de tecnologia e centros de pesquisa, agora está disponível em nossos celulares, à distância de poucos toques.
Apesar do acesso ter consequências, como brechas de privacidade e manipulação de informações, também pode ter impactos positivos. Um dos setores beneficiados pode ser, inclusive, o de sustentabilidade e produção energética.
IA e sustentabilidade
Um relatório encomendado pela Microsoft, intitulado de Como a IA pode possibilitar um futuro sustentável, revelou que, apesar das consequências, a IA pode contribuir com US$ 5,2 trilhões (R$ 25,7 trilhões) para a economia do mundo todo.
Além disso, a tecnologia ainda pode reduzir emissões de gases do efeito estufa em até 4% e criar 38,2 milhões de novos empregos mundialmente até 2030.
Produção energética
- Segundo o professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), os benefícios à sustentabilidade se estendem à área de produção energética;
- Ao Jornal da USP, ele destacou um projeto do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos (NCAR): avaliando dados meteorológicos de estações e satélites, uma IA consegue prever a capacidade de geração de energia em parques eólicos do Colorado;
- Na prática, isso permite melhor planejamento por parte das empresas do setor, tanto na gestão de materiais, produtos e custos operacionais, quanto na previsão do resultado de energia gerada;
- Outro projeto destacado por Caneppele é o “digital twin” (gêmeo digital, em tradução livre). A partir de IA, o projeto cria molde de planta fabril real e atua conforme a instalação funciona, em tempo real;
- Isso permite com que a fábrica de IA seja monitorada por completo para prevenir acidentes, detectar falhas antecipadamente, observar e melhorar processos que não estão funcionando tão bem.
No Brasil
Nacionalmente, o projeto citado por Caneppele foi adotado pela Petrobras: a empresa criou modelo “gêmeo” da plataforma P-50. Assim, é possível monitorar de forma remota e em tempo real o que acontece no local, mas em proporções acessíveis. A Vale já faz isso para monitorar a corrosão em suas fábricas.
Fonte: Olhar Digital