Ao fazer um pedido de refeição de quatro a cinco passos no aplicativo de entregas, o cliente pode acionar até 15 modelos de linguagem diferentes
Fazer um simples pedido de refeição no aplicativo do iFood pode acionar mais de 15 modelos de inteligência artificial implementados pela companhia. O processo de integração de IA às operações da empresa começou em 2018 e, hoje, o iFood tem mais de 100 grandes modelos de linguagem atrelados às suas atividades.
O uso de inteligência artificial pelo aplicativo de entregas envolve desde a previsão do tempo de chegada do pedido ao cliente até a personalização das opções do usuário e a gestão de demanda de determinados produtos ou refeições para o restaurante.
O alto volume de pedidos, de funcionários, de restaurantes parceiros e de entregadores é um dos principais motivos para a inserção dessa tecnologia nas operações da empresa, que processa até 1,5 milhão de pedidos durante o horário de almoço. “A IA permeia todas as facetas da nossa organização. Hoje, cerca de 50% dos nossos funcionários são de tecnologia”, diz Breno Masi, vice-presidente de produto do iFood.
Como um dos principais usos de inteligência artificial pela empresa de entregas está o modelo de logística baseado em machine learning. A partir da análise de variáveis como topografia do trajeto, clima, perfil do cliente e horário do pedido, o modelo de linguagem determina toda a logística da entrega em termos de escolha do entregador, modo de transporte, preço para o cliente e remuneração do entregador.
A companhia ainda desenvolveu um modelo que determina a demanda por determinados pratos em regiões específicas, sugerindo ao restaurante opções de adição ao seu cardápio também com base nos ingredientes que tem disponível na cozinha.
Já para garantir a segurança dos pagamentos na plataforma, o iFood busca identificar, em segundos, fraudes em cartões de crédito a partir do cruzamento de dados, como informações de cadastro e histórico de compras, e do envio dos resultados para as operadoras de cartão, as quais podem bloquear a transação.
Finalmente, com o pedido completo, IAs possibilitam a avaliação do estabelecimento e do entregador pelo cliente, bem como a comunicação do cliente com o restaurante, caso tenha qualquer problema, por meio de um chatbot.
Para lidar com a demanda das mais de 100 tecnologias com as quais opera, o iFood tem equipes totalmente voltadas à criação de soluções com inteligência artificial, apesar de contar com grupos multidisciplinares para a implementação delas. “Aqui no iFood, cada um dos nossos times tem um papel, direto ou indireto, na implementação da inteligência artificial”, diz Masi.
Neste processo, durante 60 dias, equipes de quatro a oito funcionários de diferentes áreas ficam voltadas para o desenvolvimento de um projeto com potencial de ser implementado pela empresa, produzindo relatórios regulares sobre o desempenho e os dados coletados. De acordo com o executivo, tal metodologia de criação permite que esses profissionais tenham “liberdade de experimentar sem o medo de falhar e tentar diferentes abordagens”.
Fonte: Épca Negócios