terça-feira,02 julho, 2024

IA na prática: farmacêutica Libbs usa inteligência artificial para tirar dúvidas de RH e treinar funcionários

Uma dor comum de várias empresas é a questão do acesso à informação interna, ainda mais quando se trata do setor farmacêutico, devido à quantidade de dados, normas e constantes atualizações de produtos. Visando melhorar a comunicação e a gestão com seus aproximadamente 4.000 colaboradores, a gigante Libbs criou, em novembro, um Escritório de Inteligência Artificial para desenvolver soluções com o uso da IA, em conjunto com a área de Diretoria de Culturas e Processos. Após alguns projetos-pilotos, a farmacêutica lançou neste ano duas iniciativas utilizando a tecnologia: a Lis assistente e a Lis consultora – o nome se refere a Libbs Inteligência em Saúde (LIS).

A Lis assistente é uma espécie de chatbot disponível para interagir com o colaborador dentro da intranet, que responde a dúvidas que ele possa ter relacionadas a assuntos de RH, como férias, licença médica, consultas, gestão do ponto, etc.

“Precisávamos sair da complexidade de governança da informação e fazer com que o colaborador pudesse acessar todo o repositório em um local único. Também estamos com todo administrativo em Home Office, e o nosso ambiente é virtual, o que acaba exigindo mais facilidade para encontrar o que ele precisa”, explica Henrique Padial Ferri Holzhausen, diretor de Cultura e Processos na Libbs, em entrevista a Época NEGÓCIOS.

A Lis assistente, representada por uma mulher parda de 41 anos, foi apresentada em fevereiro durante a convenção anual da empresa e disponibilizada em seguida para todos os colaboradores. Ela foi treinada para ter o conhecimento de 305 processos sobres as áreas de Administração Pessoal, Bem-Estar, Benefícios, Cultura, Desenvolvimento de Líderes, Suporte a TI, Excelência Organizacional e Elegância Corporativa — e vem avançando para reunir cada vez mais informações.

Segundo a Libbs, a Lis é capaz de desonerar a Diretoria de Culturas e Processos ao responder perguntas simples e possibilitar que a área realize tarefas mais produtivas e atue na melhoria de processos. Em apenas um mês, foi possível diminuir em 30% o número de chamados na Central do Colaborador, que antes seriam atendidos por humanos. A expectativa é que, até o final deste ano, ela reduza em 90% as demandas de funcionários que buscam o departamento, e também vá evoluindo para abrigar ainda mais conteúdo – a exemplo de viagens e novos produtos.

Já a ‘Lis consultora”, desenvolvida em parceria com a startup Deep Dive, começou a rodar em junho e é voltada para capacitar os cerca de 1.200 colaboradores que atuam em campo em todos os estados do Brasil por meio da aplicação de treinamentos virtuais. Quem se beneficia são os profissionais que visitam pontos de venda, como farmácias e drogarias. É o caso de executivos de contas, consultores de vendas, consultores médicos, promotores e propagandistas, explica a Libbs.

Antes da tecnologia, os treinamentos ocorriam duas vezes ao ano durante cinco dias e era preciso reunir os times de cada região de forma presencial. Agora, é tudo remoto, e o colaborador interage com a “Lis” por áudio, ganhando autonomia para escolher o melhor momento, economia de tempo e uma avaliação individual padronizada, sem o viés de cada gestor.

“Na Lis consultora, colocamos um agente treinado com todo conteúdo do produto. Facilita para aqueles que têm receio de simular com outra pessoa e preferem ficar só com a máquina. Também ajuda na padronização, pois a IA absorve todo o conhecimento comum e aprende com todo mundo”, destacou Holzhausen.

Graças ao sucesso da iniciativa com as equipes no campo, a empresa evoluiu a ideia para um novo projeto de capacitação de lideranças das mais diversas áreas. A “Lis consultora” para gestores deve ajudar no feedback e desenvolvimento de habilidades e deve estar disponível para todos em julho.

“Está sendo uma experiência muito positiva no sentido de as pessoas entenderem o benefício da IA e o que ela gera. Ela não é um ‘hype’ que vai resolver todos os meus problemas, nem vai tirar meu trabalho. A ideia é facilitar. O colaborador vai ganhar muito mais vantagem”, explicou Holzhausen.

Por Sofia Schuck, Época NEGÓCIOS

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