Especialista comenta principais tendências e explica o que elas significam na prática
O estudo anual Marketing Trends, da Kantar, aponta algumas tendências para 2025 que já eram esperadas pelos mais atentos ao mundo do marketing digital, como o poder dos vídeos e dos influencers. Outras descobertas, contudo, refletem mudanças bastante atuais e que devem impactar todo o mercado daqui para frente, como preocupações relacionadas à inteligência artificial e crescimento das vendas em lives.
Rebeca Duarte, Branding & Design Executive Manager da agência full service Adtail, explora os resultados da pesquisa: “Algumas práticas já têm sido implementadas há anos e conquistam cada vez mais espaço, o que significa que não podem ser ignoradas pelas empresas que querem se destacar da concorrência. Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos e as mudanças no comportamento do consumidor às vezes mudam as regras do jogo enquanto ainda estamos posicionando as peças”, comenta.
O sucesso dos vídeos, em especial os mais curtos, é um exemplo de tendência que se repete todos os anos nas redes sociais. Contudo, o mercado também está de olho em outros formatos, como as plataformas de streaming. Segundo a Kantar, 55% dos profissionais de marketing pretendem aumentar o investimento nessa área no ano que vem.
Outro exemplo de prática consolidada é a personalização das campanhas. Ela é refletida no fortalecimento da publicidade digital no varejo, que se baseia nesse tipo de identificação dos desejos e necessidades do usuário. De acordo com o Emarketer, um quarto de todo gasto com anúncios digitais nos Estados Unidos será marketing de varejo até 2028. “Sites, apps e até displays em lojas atingem públicos altamente segmentados. É um tipo de parceria que promete ganhar destaque no futuro próximo”, aponta Rebeca.
Já a inteligência artificial generativa segue como queridinha de uns e incomodando outros. Por um lado, 68% dos profissionais respondentes no estudo da Kantar têm uma posição positiva relacionada a esse tipo de tecnologia; por outro, 43% dos consumidores afirmam não confiar em anúncios que utilizam IA. Segundo Rebeca, a dicotomia indica uma “necessidade de trabalhar a transparência e confiança, ainda mais conforme as ferramentas se desenvolvem e se torna mais difícil diferenciar realidade de fabricação”.
Mais uma tendência que vale destacar é a do livestreaming, ou as famosas “lives”. Na China, elas se tornaram um meio poderoso de alavancar as vendas, criando o chamado live commerce. Em tempo real, as pessoas consomem conteúdo e fazem compras, gerando um giro de negócio que vale para todos os setores e tamanhos de empresas. O poder é tanto que esse tipo de venda pode representar até 20% de todas as vendas no e-commerce, de acordo com uma previsão da McKinsey com base na experiência chinesa.
“Novas tendências sempre vão surgir e outras se fortalecem, como vemos acontecendo com movimentos de inclusão e de sustentabilidade, por exemplo, ambos citados pelo estudo da Kantar. O essencial é acompanhar as movimentações do mercado e aplicar o que faz sentido para sua empresa e seu momento: não é preciso tentar tudo de uma vez, desde que exista um cuidado real para não ficar para trás”, conclui Rebeca.