A partir desta quinta-feira, o nome Gemini irá identificar as principais ferramentas de inteligência artificial do Google. A mudança faz parte do que a empresa chama de “da era Gemini”, que inclui a substituição do nome do Bard; o lançamento do robô em aplicativo para Android e iOS; e a criação de um plano de assinatura premium, que dá acesso a uma versão mais potente da IA.
“Para refletir a tecnologia avançada em sua essência, o Bard agora será chamado simplesmente de Gemini”, afirmou Sundar Pichai, CEO do Google, em publicação no blog da empresa. “O Gemini está evoluindo para ser mais do que apenas uma família de modelos. Ele suporta todo um ecossistema”, acrescentou.
Lançado pelo Google no ano passado, o Gemini é um modelo de linguagem de inteligência artificial desenvolvido para “alimentar” as ferramentas do Google. Com capacidade multimodal, ou seja, que processa código, imagem, áudio, vídeo e texto de forma simultânea, ele passou a estar embarcado no Bard em dezembro do ano passado – e agora vai nomear essas e outras ferramentas.
Como será a versão paga do Gemini
A partir desta quinta-feira, assim como acontece com o ChatGPT, da concorrente OpenAI, os usuários do Gemini poderão pagar por um plano de assinatura do robô, chamado de “Gemini Advanced”. O sistema irá fornecer uma versão mais potente da IA, com o modelo Ultra, e estará disponível para 150 países, em inglês. Segundo o Google, a expansão do serviço para demais idiomas acontecerá de forma gradual.
A assinatura custará US$ 19,99 por mês (cerca de R$ 100), com direito a dois meses gratuitos de experimentação. O valor é um centavo mais barato que a assinatura do concorrente, o ChatGPT Plus, que custa US$ 20.
A empresa informou que o Gemini mais avançado usa uma combinação de 57 disciplinas – como matemática, física, história, direito, medicina e ética – que são usadas na geração de conteúdo e resolução de problemas.
“O Gemini Advanced não só permite que você tenha conversas mais longas e detalhadas; ele também entende melhor o contexto dos prompts anteriores”, indicou Sissie Hsiao, vice-presidente e gerente geral, de experiências Gemini (anteriormente conhecida como Bard), em comunicado da empresa.
Lançamento do Bard (agora Gemini) em app
O Google também anunciou o lançamento das duas versões do Gemini – paga e gratuita – para celular, nas versões Android e iOS. O acesso será diferente a depender do sistema operacional e, por enquanto, estará disponível apenas nos Estados Unidos.
No caso do Android, vai ser possível baixar o aplicativo do Gemini e também acessá-lo ao ativar o Google Assistente. “Isso permitirá uma nova experiência de sobreposição que oferece acesso fácil ao Gemini, bem como ajuda contextual diretamente na tela”, explicou Sissie, em comunicado. Com o Google Assistente ativado, os usuários poderão pedir para o Gemini realizar tarefas como definir temporizadores, fazer chamadas ou pedir ajuda para criar a legenda de uma foto.
Já no caso do iOS, o Gemini será integrado ao aplicativo do Google. Para acessar a IA, os usuários vão precisar apenas mudar o botão do Google para o Gemini. A IA estará inclusive contactada a serviços do buscador como o Google Maps – os usuários, além de criar imagens e textos, poderão também pedir indicações de lugares, por exemplo.
Integração com Gmail e ferramentas de trabalho
O Gemini também irá substituir o Duet AI, serviço do Google que funciona como espécie de “assistente virtual” de IA, integrada ao Gmail e a ferramentas como Docs, Slides, Tabelas e Meet. A partir de hoje, o sistema irá adotar o novo nome.
A integração do Gemini com e-mail e outros sistemas ficará disponível apenas aos assinantes do Gemini Advanced. Ao escrever um e-mail, por exemplo, o usuário tem a opção de pedir ajuda do Gemini para sugerir respostas. Também é possível aplicar a IA para gerar imagens em slides ou para analisar dados no Planilhas, assim como era possível com o Duet AI. Segundo o Google, 1 milhão de pessoas usam esse tipo de recurso.
Na prática, a empresa dá mais um passo na integração da inteligência artificial generativa em seus produtos de e-mail e trabalho, com uma versão mais potente disponibilizada para os usuários – tanto os do WorkSpace, quanto os do Google Cloud, voltado para o uso corporativo.
Por Agência O Globo