A França estaria enfrentando uma “epidemia” de passaportes sanitários falsos, de acordo com profissionais da saúde. Segundo médicos entrevistados por jornal francês, aproximadamente 30% dos pacientes internados em UTIs do país teriam mentido sobre a vacinação contra a Covid-19. O jornal Le Parisien desta terça-feira (14) traz uma matéria sobre pessoas que utilizam passaportes sanitários falsos. Com os hospitais próximos da saturação na França, os médicos recebem cada vez mais pacientes em estado grave que afirmam ter recebido as injeções contra Covid-19. Mas com a degradação do estado de saúde e temendo o pior, eles acabam confessando que mentiram.
“Uma atitude que coloca em perigo a saúde dessas pessoas, mas também a de outras”, ressalta o diário. De acordo com o Seguro de saúde francês e a polícia, 41 mil documentos falsos circulam na França e 339 médicos e 20 centros de vacinação estariam envolvidos na falsificação e na comercialização das atestações. Desde que entrou em vigor, em setembro deste ano, as notícias de apreensão de falsos passaportes e de profissionais da saúde que vendem o documento se multiplicam. Mas desde a morte de uma paciente de 57 anos em um hospital de Garches, perto de Paris, a questão se transformou em um verdadeiro problema de saúde pública. A paciente havia comprado o passaporte falso de um médico.
Na França, quem usa ou vende um passaporte falso pode ser condenado a entre três e cinco anos de prisão e pagar entre € 45.000 a € 150.000 de multa. Mas, além disso, os médicos lembram que a mentira põe os pacientes em perigo, já que as escolhas dos tratamentos, a abordagem e o monitoramento não são as mesmas para um vacinado e um não vacinado.
O passaporte sanitário é obrigatório na França para entrar em hospitais, mas também em museus, teatros, cinemas, restaurantes, bares e lugares fechados em geral.