As tendências globais de sustentabilidade para a produção de carne bovina e as emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) e o balanço de carbono em sistemas agropecuários foram discutidos nesta terça-feira (1º/11) durante o Fórum da Pecuária Sustentável, que abriu as atividades do primeiro dia do Universo Pecuária (UP) – Futuro, Negócios e Sustentabilidade, de Lavras do Sul (RS). O fórum é uma promoção do GTPS – Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável e ocorrerá no dia 1º de novembro, na Arena do Conhecimento do Parque de Exposições Olavo de Almeida Macedo, do Sindicato Rural de Lavras do Sul, que promove o UP junto com a Prefeitura de Lavras do Sul.
A abertura oficial ocorreu às 9h30min, com autoridades e representantes de entidades correalizadoras do evento. Às 10h, ocorreu o painel “Campo em Debate”, com mediação da jornalista Gisele Loeblein, do Grupo GZH. O engenheiro agrônomo Maurício Palma Nogueira, coordenador do Rally da Pecuária, fez a palestra “Brasil, o país da pecuária sustentável”. “O Brasil é detentor da pecuária mais sustentável do mundo, mas precisa mostrar essa realidade no exterior”, cobrou.
A gerente executiva do GTPS, Luiza Bruscato, falou sobre “Tendências globais de sustentabilidade para a produção de carne bovina”. Ela pontuou que o agronegócio brasileiro alimenta mais de 800 milhões de pessoas no mundo e responde por 27,4% do PIB. E observou que o Brasil conserva 66,3% das florestas, sendo que 33,5% delas estão na propriedade privada. Ela apresentou um estudo da Embrapa mostrando que o Brasil pode reduzir suas emissões de metano em até 36% até 2030 em relação aos níveis de 2020 apenas ampliando políticas e medidas já existentes na agropecuária, no setor de energia, no saneamento e no controle do desmatamento. “Temos a oportunidade de girar a chave e fazer essa revolução, de sermos protagonistas dessa história”, destacou.
Às 14h, foi a vez do painel “Clima”, com mediação de Fernanda Cordeiro, da Minerva Foods, e da palestra “Emissões e balanço de carbono em sistemas agropecuários”, com a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Teresa Cristina Genro. Ela disse que a genética animal tem potencial para reduzir até 38% das emissões. Com ajuste de carga, pode-se reduzir de 25% a 35%. “Já estamos fazendo hoje. A maioria dos produtores já maneja as pastagens de maneira adequada”. Com nível de manutenção adequado, a redução chega a quase 40%, segundo ela. “Se manejarmos bem o pasto, já estamos armazenando carbono”, concluiu.
A pesquisadora da Embrapa frisou que o Brasil tem clima e solo muito favorável para essa produção. “Se formos comparar com países de clima mais frio, como da Europa e Estados Unidos, onde em parte do ano os animais têm que ser confinados, nós temos condições mais favoráveis, pois podemos usar o campo na primavera e no verão, com custos bem menores”, ressaltou.
O Universo Pecuária – O evento, que começou hoje e segue até domingo, tem apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae-RS), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS), da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e da Cooperativa Tritícola Caçapavana (Cotrisul). É baseado em quatro eixos – “Negócios, finanças verdes e sustentabilidade”, “Educação, cultura e turismo”, “Ciência tecnologia e inovação” e “Políticas, projetos e investimentos”.
Fonte: Universo Pecuária
Por: Portal do Agronegócio