quinta-feira,19 setembro, 2024

Fenômeno de Marketing: Messi tem mais seguidores que a Argentina, Brasil e clubes dos dois países

Messi só fica atrás de Cristiano Ronaldo, com 612 milhões de seguidores no Instagram, entre os jogadores com mais seguidores em todo o mundo

Com quase meio bilhão de seguidores (492 milhões), Lionel Messi possui mais seguidores no Instagram do que o perfil oficial da seleção brasileira, da seleção argentina, e dos clubes das séries A de Argentina e Brasil.

Somados, os times que disputam o Brasileirão chegam a 66 milhões de seguidores; da Liga Argentina, 25 milhões, e CBF e AFA juntos, mais 30 milhões.

Messi só fica atrás de Cristiano Ronaldo, com 612 milhões de seguidores no Instagram, entre os jogadores com mais seguidores em todo o mundo.

No Brasil, o jogador com mais seguidores é Neymar, com 216 milhões. Quem chega mais perto dele é Vini Jr., com 46,1 milhões.

Endrick, que pela primeira vez foi chamado para a seleção brasileira principal, pode ser considerado um ‘fenômeno’ da nova geração. Com apenas 17 anos, chegou a 5 milhões de fãs no Instagram, sendo quase 70% deste montante no último ano, desde a estreia no time profissional do Palmeiras, em outubro de 2022.

O que dizem os especialistas?

Especialistas em marketing esportivo possuem diferentes análises sobre quais os motivos que levam o público a ter mais idolatria pelos atletas do que pelos próprios perfis oficiais de entidades, confederações e agremiações.

“Além do clube que torcem, os fãs de futebol seguem também ídolos e atletas que se destacam no cenário mundial, como é o caso do Messi. Esse movimento se dá tanto pelo astro que é e tem milhares de fãs, como por um comportamento que envolve a curiosidade de acompanhar o cotidiano desses jogadores. Isso faz com que muitas vezes os atletas de destaque tenham mais seguidores que os clubes, afinal, seu alcance é muito maior.

Os clubes, de forma orgânica, possuem um teto no número de seguidores, que está relacionado, na maioria dos casos, proporcionalmente à sua base de torcedores. Vemos um movimento diferente quando ídolos chegam e carregam parte dos seus fãs para os clubes. Que é o caso do Messi, Cristiano Ronaldo, etc. É uma grande oportunidade para que conteúdos diferenciados e criativos sejam trabalhados, como bastidores, interações com a torcida, campanhas que mostrem a história e os valores do time, para que mesmo com a saída do ídolo, tenha gerado no fã uma identificação com aquele clube” – Danielle Vilhena, head de marcas da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

“Messi é um dos maiores expoentes do futebol mundial de todos os tempos, seus feitos ficarão cravados na história, e num momento onde as mídias sociais possuem muita força, o que não foi o caso do Pelé, que para mim ainda é o maior de todos os tempos. Vale reforçar que Messi não tem um carisma especial, mas de outro lado, as suas conquistas e números trazem todo este engajamento que existe; ele é sobrenatural” – Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

“O Messi é um dos três maiores jogadores de futebol da história. As pessoas e os fãs têm curiosidade de consumir conteúdo além do futebol, a rotina, a família, momentos de lazer, descanso. Além de exemplo de atleta, ele se mostra um bom pai de família, pessoa do bem” – Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

“Os atletas estão se tornando cada vez mais figuras midiáticas. Na verdade, eles têm uma segunda carreira hoje em dia, que envolve a dimensão da divulgação e da publicidade em seus canais digitais. Em muitos casos, existem atletas que não alcançam grandes feitos no campo esportivo, mas têm um forte apelo midiático. Esses profissionais são reconhecidos globalmente e têm um grande poder de influência sobre o público” – Thiago Abreu, fundador da Agência Amithiva.

“A história do homem na Terra mostra que as pessoas sempre buscaram e se fascinaram mais com figuras do que com instituições. Por isso criaram deuses, e cultuaram ídolos. Hoje, é natural e razoável que torcedores dos vinte maiores clubes brasileiros se interessem pela vida pessoal dos vinte principais atletas brasileiros que atuem na Europa, independentemente do clube que os formou no Brasil. Além disso, devemos considerar que os expoentes de cada atividade, despertam interesse mesmo daqueles que não são apreciadores ou conhecedores daquela atividade. Messi é isso. Nem um por cento dos brasileiros que gostam de futebol se interessam pelo que de passa com a Seleção Argentina, e muito menos com a franquia de Miami pela qual ele joga, mas o percentual de brasileiros que gosta de futebol e que de interessa pelo mais relevante futebolista das últimas duas décadas, seja de que nacionalidade for, é muito maior” – Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil. A empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, se tornou acionista majoritária e controladora da TFM Agency, companhia com mais de vinte anos de experiência no futebol mundial e que gerencia as carreiras de Vini Jr, Lucas Paquetá, Endrick e Gabriel Martinelli.

“Essa é uma característica natural da rede social. Ela foi criada com essa configuração, pessoas que observam pessoas. E, neste sentido, o alcance da celebridade é quase sempre maior do que o das empresas, e o clube se configura como empresa. A característica da rede, o algoritmo, ele favorece o alcance de conteúdo criado por pessoas físicas e menos por ser em PJ, até porque a rede social precisa se remunerar de alguma forma e ela faz isso através de publicidade. Sobretudo publicidade de empresas privadas, e o clube se enquadra em publicidade. Por outro lado, eu vejo os clubes criando conteúdos atrativos. Há uma desvantagem clara em relação aos sonhos do clube e aos sonhos de um atleta, por exemplo. O jogador carrega todo o histórico de todos os clubes por onde ele passou. Além da admiração de rivais, isso não acontece no clube de futebol. Sobre a qualidade do conteúdo, eu acredito que há de tudo. Há tanto as celebridades que criam conteúdos ruins, quanto há clubes que criam conteúdos ruins e vice-versa também. Há clubes que criam bons conteúdos e clubes que criam conteúdos bons. Não acho que a falta de conteúdo seja um problema dos clubes. Na realidade, é, como eu disse, a configuração e a característica da rede.” – Marcel Pinheiro, diretor de marketing do Fortaleza.

“Messi transcende as barreiras do futebol, do esporte e se tornou um personagem de projeção em todos os continentes do mundo, sua base de seguidores é também composta por curiosos e admiradores que não necessariamente são também fãs de futebol” – Ivan Martinho, especialista em marketing e professor pela ESPM.

Fonte: Exame.

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