Falta de governança corporativa e equipes despreparadas são alguns dos obstáculos que mais dificultam a implementação de inovação nas empresas, aponta uma pesquisa da consultoria de inovação ACE Cortex, divulgada com exclusividade para Época NEGÓCIOS.
Para 43,8% dos respondentes, a “falta de governança” é o principal obstáculo para a inovação, seguido por “tempo de execução” (42,2%) e “métricas bem definidas” (38,3%).
“Equipe destreinada” foi citada por 36,7% dos profissionais como um dos motivos de entraves para a inovação. Isso colide com a realidade onde apenas 3,9% dos colaboradores entrevistados afirmam que suas empresas incentivam os treinamentos para funcionários de todos os níveis, com trilhas de desenvolvimento claras e específicas.
Para Luís Gustavo Lima, sócio e CEO da ACE Cortex, a descentralização da inovação pode ser positiva para as empresas, desde que seja pautada por uma estratégia bem estruturada. “Sem uma governança bem construída, a descentralização não apenas não funciona, como se traduz, na prática, em desorganização,” ele finaliza.
Os resultados do estudo mostraram, ainda, que C-levels e gerentes são os que estão mais envolvidos com as temáticas de inovação nas organizações, atuando como pontos de referência das iniciativas e projetos de suas empresas.
A vontade de criar projetos de inovação não é inexistente, como mostram os cerca de 31,25% dos respondentes, que afirmaram que os gestores tratam iniciativas com foco em novos produtos, serviços e modelos de negócio como prioridade. O problema, como já apontado acima, é a falta de governança e despreparo da equipe.
Se tratando da liderança, apenas um em cada três respondentes (31,25%) acredita que os cargos mais altos estão “preparados” ou “muito preparados” para conduzir a empresa a um futuro mais inovador. Enquanto isso, 64,06% dos respondentes avalia que os líderes não estão nem preparados, nem despreparados, mostrando que, na maior parte das empresas, a cultura, apesar de falada, ainda não é efetivamente executada. Uma minoria de 4,68%, por sua vez, enxerga a liderança como “despreparada” ou “totalmente despreparada” para inovar.
Para a pesquisa, foram ouvidos mais de 128 colaboradores, de diferentes empresas com faturamento anual entre R$ 5 milhões e R$ 9 bilhões, com vários níveis hierárquicos. A alta liderança, representada pelos cargos de C-Level e Diretor, representou 19,53% dos respondentes. Colaboradores responsáveis pela gestão em patamares intermediários, como Gerentes e Coordenadores, foram 50% dos participantes.
Fonte: Época