sexta-feira,22 novembro, 2024

Faculdade brasileira incentiva o uso do ChatGPT em vestibulares e provas

A Link School of Business, faculdade brasileira de negócios com ênfase em empreendedorismo, anunciou que irá aceitar e incentivar o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) como o ChatGPT em seus vestibulares e provas.

Segundo a coordenação acadêmica da faculdade, o objetivo é avaliar a capacidade dos alunos e candidatos do vestibular em utilizar a ferramenta da melhor forma, não apenas para buscar respostas para perguntas.

“Valorizamos o capital de conhecimento humano e a capacidade crítica, analítica e criativa. Liberamos o uso do ChatgGPT não no sentido de copiar e colar uma resposta, mas sim que ele vai construir argumentos para o case. Não queremos saber se ele sabe bem português ou matemática, porque temos ferramentas e disciplinas que dão todo o apoio para que o aluno consiga aprimorar esses conhecimentos. Mas a capacidade de trazer respostas que não estavam previstas no case é o que vamos analisar”, disse Patrícia Passos, coordenadora acadêmica da Link Business School, em entrevista à EXAME.

As provas e vestibulares da Link Business School seguem um modelo diferente do mais comumente utilizado por faculdades e universidades brasileiras. Ao invés de uma prova de conhecimentos gerais, a Link avalia alunos e candidatos por meio de cases, entrevistas e dinâmicas em grupo.

Com uma mensalidade acima de R$ 11 mil para o segundo semestre de 2023, a Link Business School possui apenas um curso em sua grade: administração de empresas com ênfase em empreendedorismo, reconhecido pelo MEC.

Uso do ChatGPT em provas e vestibulares
O ChatGPT ganhou o mundo no início de 2023 ao se destacar pela produção de textos extremamente realistas e possuir um banco de dados surpreendente. Desde então, o programa de inteligência artificial já se envolveu em polêmicas, como o seu uso para a aprovação em provas para o exercício da medicina e advocacia, além de uma pós-graduação MBA.

No entanto, especialistas defendem que o seu uso, se feito da forma correta, pode auxiliar estudantes e empreendedores em diversas tarefas. Esta também é a opinião da Link Business School ao permitir o seu uso em provas e vestibulares.

“Colaboramos com os professores para trazer a expertise dos professores de tecnologia para que possamos utilizar a tecnologia de modo que ela não atrapalhe uma avaliação, mas sim colabore para a construção de respostas, cases e outros usos que eles possam exercitar a sua possibilidade empreendedora usando a tecnologia como parceira”, disse Patrícia Passos.

Para além das perguntas e respostas de uma prova comum, a Link Business School afirma que pretende incentivar os alunos a construir argumentos e enxerga o ChatGPT como uma ferramenta para este fim.

“O principal ponto é que a sala de aula tem que se adaptar a essas novas tecnologias. O objetivo não é ensinar a decorar respostas e sim ajudar na construção de uma massa crítica”, disse Arthur Guttilla, professor da disciplina de Tecnologia II da Link Business School. Arthur já utiliza o ChatGPT em suas aulas.

“O grande desafio que o ChatGPT está trazendo pra educação é como a gente sai do lugar comum de olhar conteúdos e as respostas para perguntas que fazemos, para um passo a frente. Como eu posso gerar respostas e fazer perguntas diferentes em determinados contextos para a tomada de decisão? Quando falamos em negócios, nosso aluno que está em formação para analisar cenários, tomar decisões, trabalhar com esse cenário é muito importante”, disse Luciana Santos, coordenadora acadêmica.

Vantagens no domínio do ChatGPT
Mais de 90 empresas já foram criadas por alunos da Link Business School, das quais 17 ganharam o apoio financeiro da faculdade, que acredita que o uso do ChatGPT pode trazer vantagens para empreendedores não apenas da área da tecnologia, mas de todas os setores.

“A utilização do ChatGPT não é para você dar uma resposta. A gente dá um contexto e baseado nessas informações você pode usar o ChatGPT como uma ferramenta de apoio, mas a análise crítica vem do aluno decidir quais caminhos ele vai seguir”, comentou Arthur Guttilla, professor da Link. “Não é sobre a ferramenta dominar o aluno e sim o aluno dominar a ferramenta”.

O uso do ChatGPT na educação é defendido por especialistas. Gustavo Mee, especialista em inteligência artificial, pontua a economia de tempo como uma das vantagens.

“A gente vê que cada vez mais o ChatgGPT esta sendo utilizado por empresas, escolas e alunos para aumentar a produtividade, porque consegue fazer uma busca mais direcionada de dados para ajudar qualquer empreendedor de qualquer área. O ChatGPT consegue otimizar o que antes gastaríamos horas procurando no Google e fazendo uma curadoria”, disse.

Fernando Barra, também professor de Tecnologia II na Link Business School, destacou a importância de ensinar o aluno a fazer as perguntas certas para a ferramenta.

“O que a gente mais percebeu em sala de aula é que a gente precisa ensinar o aluno a perguntar”, disse, em entrevista à EXAME.

Para além do empreendedorismo, fazer as perguntas certas ao ChatGPT pode ser muito favorável para quem deseja trabalhar com a tecnologia.

“Uma das profissões que vemos ultimamente é o engenheiro de prompt. Essa profissão é supernova e tem uma média salarial de US$ 330 mil por ano. É um salário excepcional e tem uma demanda muito grande. No futuro e no presente, vemos que o grande lance dessas ferramentas de inteligência artificial é você dar os direcionamentos corretos do que você precisa para que a ferramenta consiga te entregar algo mais assertivo”, comentou Gustavo Mee, à EXAME.

“É muito legal vermos uma escola como a link business school incentivando os alunos a utilizarem a inteligência artificial. É uma escola que já está a frente, porque está usando essa ferramenta para dar mais resultados. A questão de saber dar os comandos certos para essas ferramentas é o que diferenciam as pessoas que tem mais resultado das que simplesmente usam para fazer uma pergunta simples. Quem realmente dá comandos para essas ferramentas tem extraído coisas maravilhosas”, concluiu o especialista.

Fonte: Exame

Redação
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