Ex-secretário de Comunicação que está depondo junto à CPI da Covid irritou os senadores ao evitar responder sobre falas de Bolsonaro: ‘Pergunte a ele’, disse.
Presidente da CPI dá ultimato a Wajngarten: “Com todo o respeito que o senhor merece, se Vossa Excelência não for objetivo nas suas respostas, nós iremos dispensá-lo dessa comissão, pediremos a revista Veja que mande a gravação e o chamaremos de novo, não como testemunha, mas como investigado”.
O Relator aponta contradições entre falas de Wajngarten na CPI e declarações dele à revista “Veja”. Ele havia dito em entrevista que ‘incompetência’ do ministério atrasou compra de vacinas.
Presidente da CPI, Omar Aziz, volta a criticar postura de Wajngarten: “Você só está aqui por causa da entrevista [à revista Veja]. Se não fosse isso não lembraríamos que você existia […] Não subestime nossa inteligência”.
Fábio Wajngarten adotou um tom elogioso ao ex-ministro Pazuello. Em entrevista à revista “Veja” no fim de abril, ele disse que houve incompetência da Saúde no processo de aquisição de vacinas. À CPI, o ex-secretário disse que Pazuello foi “corajoso” ao assumir a pasta em meio à pandemia e atribuiu a incompetência à “morosidade da administração pública”.
“As propostas da Pfizer no início da conversa falavam em irrisórias 500 mil vacinas”, afirma. Ele diz que nunca falou em 70 milhões de doses e que nunca participou das negociações.
Renan questiona versões diferentes entre a fala do ex-secretário na CPI e as declarações dele à revista “Veja”.
Renan faz pergunta sobre frases de Bolsonaro, e Wajngarten responde: “Pergunte a ele”. A resposta gerou reação do presidente da CPI, Omar Aziz: “Você não pode dizer ‘pergunte a ele’. Você está aqui como testemunha. Sim ou não?”
‘Acho que o senhor tem que perguntar a ele’, responde Wajngarten a Renan.
O relator Renan Calheiros pergunta se “declarações estapafúrdias” do presidente impactam a sociedade e se irrita com resposta sem objetividade: “Se o senhor puder responder objetivamente. De que maneira impacta?” Wajngarten afirma que tem um impacto diferente para cada pessoa.
Questionado por Renan, Wajngarten afirma que não colabora mais com o governo Bolsonaro. “Não, de forma alguma. Voltei para as minhas filhas, engordei 20kg, preciso cuidar da minha saúde”.
“Eu sempre tive toda a liberdade possível para comandar a Secretaria de Comunicação, sem interferência de ninguém”, afirma Wajngarten. Ex-secretário nega que pandemia tenha alterado sua forma de atuar.
“A Secom fez campanhas aos primeiros sinais da pandemia”. Segundo Wajngarten, foram realizadas 11 campanhas junto com o Ministério da Saúde (4 da Secom e 7 do ministério).
O relator Renan Calheiros pergunta se “declarações estapafúrdias” do presidente impactam a sociedade e se irrita com resposta sem objetividade: “Se o senhor puder responder objetivamente. De que maneira impacta?” Wajngarten afirma que tem um impacto diferente para cada pessoa.
O relator alertou o depoente que deve dizer a verdade e a reunião foi suspensa.
Fonte: G1