Um dos maiores mistérios em torno da matéria escura é sua distribuição pelo universo. Descobertas recentes sugerem que a matéria escura, a força enigmática responsável pela expansão acelerada do universo, está distribuída uniformemente no espaço e no tempo.
Esta descoberta ajuda a definir melhor o papel que a matéria escura desempenha no conteúdo de energia e matéria do universo. O estudo utilizou observações de aglomerados de galáxias obtidos pelo instrumento de raios-X eROSITA, montado no telescópio espacial russo-alemão Spektr-RG, lançado em órbita em 2019.
Segundo o coautor do recente estudo, Matthias Klein, astrofísico da Ludwig-Maximillians-Universitat Munchen, na Alemanha, “podemos aprender muito sobre a natureza da energia escura contando o número de aglomerados de galáxias formados no universo em função do tempo”.
Os aglomerados de galáxias são úteis para entender a matéria escura porque essa força repelente impede a formação de estruturas cósmicas massivas em larga escala, como os aglomerados de galáxias. Ao contar o número de aglomerados de galáxias formados no universo ao longo do tempo, os pesquisadores podem obter informações sobre a natureza da matéria escura.
O eROSITA Final Equatorial-Depth Survey (eFEDS) descobriu cerca de 500 aglomerados de galáxias, tornando-se uma das maiores amostras de aglomerados de galáxias de baixa massa encontrados até o momento. Esses aglomerados datam de aproximadamente 10 bilhões de anos na história de 13,8 bilhões de anos do universo.
A equipe de estudo combinou estas observações com dados ópticos do Programa Estratégico Hyper Suprime-Cam Subaru, que permitiu o primeiro estudo cosmológico realizado usando aglomerados de galáxias. Os resultados confirmam que a matéria escura representa aproximadamente 76% da densidade total de energia do universo e que essa densidade de energia é constante ao longo do tempo e uniforme em todo o espaço.
As descobertas também se alinharam com outras abordagens independentes para investigar a matéria escura, como estudos anteriores de aglomerados de galáxias e lentes gravitacionais fracas. No entanto, embora a nova pesquisa tenha fornecido mais informações sobre a matéria escura, ela permanece um mistério que os físicos estão ansiosos para resolver.
Fonte: Tec Mundo