A Sociedade Brasileira de Mastologia, seguindo a indicação de diversas entidades internacionais, recomenda “a mamografia de rastreamento (screening) anual a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual e a partir dos 30 anos para mulheres de alto risco”. Já segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, o exame de rastreamento para câncer de mama deve ser realizado no período de dois em dois anos, a partir dos 50 anos, e anualmente a partir dos 35 anos para mulheres de alto risco.

O diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento, de acordo com dados internacionais, podem diminuir a mortalidade por câncer de mama em até 30%, com menor número de cirurgias radicais e sequelas. 

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Um estudo americano apresentado recentemente comprova a contribuição do screening na melhoria dos tratamentos para doença precoce e avançada. A partir de uma análise do Banco de Dados Nacional dos Estados Unidos, com informações de 2000 até 2017, e utilizando modelos matemáticos, a pesquisa estimou o ganho obtido nos últimos anos com a adoção do rastreamento para o câncer de mama.

A primeira conclusão importante é que houve uma queda significativa na mortalidade atribuída à doença em 2000 versus 2017. A redução do número de óbitos, que era de 35% em 2000, passou para 48% em 2017 para a doença precoce, o que indica um aumento de 13% de pessoas salvas nesse período graças ao screening. Do mesmo modo, a mortalidade por câncer de mama metastático também diminuiu, de 23% para 20%. 

Avaliando mais profundamente os dados, observamos que a sobrevida livre de recorrência à distância em 10 anos era de 82% em 2000 e passou para 87% em 2017 para os tumores como um todo. Quando focamos nos tumores HER2 positivo (cânceres bastante agressivos), o índice passou de 78% para 90% de sobrevida livre de metástase. 

Portanto, para a população como um todo, houve aumento de sobrevida de 5% e, para pacientes HER2 positivo, o aumento foi de 12% da população que ficou 10 anos sem metástase depois do tratamento local. 

Na doença metastática, a sobrevida aumentou de 1,48 ano em 2000 para 2,8 anos em 2017, demonstrando importantes ganhos secundários à melhora no tratamento, tanto para a doença precoce quanto para a doença avançada, e também avanços em relação à mamografia.

Acompanhar esses avanços e descobertas permite garantir melhores prognósticos e, consequentemente, resultados mais assertivos para os pacientes. Converse com seu médico sobre o rastreamento do câncer de mama e escolha a melhor estratégia para prevenção e diagnóstico precoce.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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Fonte: Forbes Brasil

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