sábado,23 novembro, 2024

Este robô bate asas e pousa em galhos como um passarinho

Pesquisadores do Departamento de Engenharia Robótica da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, desenvolveram um robô voador que consegue pousar em um galho de árvore como se fosse um pássaro de verdade na natureza.

Segundo os cientistas, essa nova técnica permite que um robô alado bata as asas para aterrissar autonomamente em um poleiro horizontal, utilizando apenas um mecanismo parecido com a garra de uma ave para segurar uma haste fina de metal ou madeira.

“Um pássaro pousando em um galho faz a manobra parecer a coisa mais fácil do mundo, mas, na verdade, o ato de pousar envolve um equilíbrio extremamente delicado de tempo, forças de alto impacto, velocidade e precisão. É um movimento tão complexo que nenhum robô de asas foi capaz de dominá-lo até agora”, explica o pós-doutorando em engenharia Raphael Zufferey, autor principal do estudo.

Robô ornitóptero

Esse robô ornitóptero (com asas) possui um computador e um sistema de navegação que utiliza um dispositivo externo de captura de movimento para determinar sua posição no ambiente. Uma garra calibrada com precisão consegue segurar um galho e absorver o impulso no momento do impacto com a superfície.

Com essas características, o bot é capaz de desacelerar significativamente enquanto se empoleira. A garra é forte o suficiente para se prender no galho e suportar o peso do robô, ao mesmo tempo em que é leve o bastante para ser mantida no ar durante o voo.

“Essa é uma das razões pelas quais optamos por utilizar uma única garra em vez de duas. Além disso, nosso robô ornitóptero consegue perceber seu ambiente e o poleiro à sua frente em relação à sua própria posição, velocidade e trajetória”, acrescenta Zufferey.

Aplicações no futuro

Segundo os cientistas responsáveis pelo projeto, o robô tem potencial para realizar tarefas complexas e específicas, como coletar discretamente amostras biológicas, fazer medições em uma árvore ou pousar em estruturas artificiais em ambientes fechados e ao ar livre.

A capacidade de pousar em um poleiro também pode fornecer uma maneira mais eficiente para os ornitópteros — que, como muitos veículos aéreos não tripulados, possuem uma vida útil de bateria bastante limitada — recarregar usando apenas energia solar para realizar missões de longo alcance.

“No momento, os experimentos de voo são realizados em ambientes fechados, pois precisamos ter uma zona de voo controlada e com localização precisa do sistema de captura de movimento. No futuro, gostaríamos de aumentar a autonomia do robô para realizar tarefas de empoleiramento e manipulação ao ar livre em um ambiente mais imprevisível”, encerra Raphael Zufferey.

Por Gustavo Minari

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