Com cerca de 240 m², a residência, que fica no subúrbio de Ventura, na Califórnia, conta com uma estrutura de madeira e paredes de fardo de palha com 60 centímetros de espessura

Você já pensou na possibilidade de construir uma casa com palha – um subproduto agrícola, deixado para trás por colheitas de trigo, arroz e cevada? À princípio, a ideia não parece muito tentadora, mas na verdade é acompanhada de uma série de benefícios: além de ser um material abundante, de fácil acesso e barato, os fardos de palha são mais sustentáveis, oferecem um melhor isolamento que uma estrutura convencional e permitem a economia de energia para resfriar e aquecer a residência.

Levando esses pontos em consideração, o arquiteto Dylan Johnson e Yvon Chouinard, fundador da Patagônia – empresa de roupas e acessórios esportivos conhecida por seu foco ambiental –, iniciaram uma conversa sobre construção sustentável e decidiram erguer uma casa de palha no subúrbio de Ventura, no sudoeste da Califórnia, nos EUA.

Com uma estrutura de madeira e paredes de fardo de palha com 60 centímetros de espessura, a residência possui cerca de 204 m². Para Dylan Johnson e Yvon Chouinard, o método é uma forma de combater as consequências da mudança climática – segundo relatório da ONU, o setor de construção é responsável por aproximadamente 38% das emissões de carbono.

Estrutura de madeira e paredes de fardo de palha com 60 centímetros de espessura. — Foto: Tim Davis/Divulgação
Estrutura de madeira e paredes de fardo de palha com 60 centímetros de espessura. — Foto: Tim Davis/Divulgação

Além de ser mais econômica e acessível, a palha contribui para a redução de emissão de carbono. Em entrevista concedida ao veículo internacional Dwell, Johnson explica que a palha contém cerca de 40% de carbono em peso, sendo que meio quilo de carbono na palha utilizada em um edifício compensa pouco menos de um quilo e meio de emissões de dióxido de carbono. Portanto, para cada quilo de carbono contido em um fardo utilizado para materiais de construção, 2,67 quilos de CO2 são impedidos de entrar na atmosfera.

Além de ser mais econômica e acessível, a palha contribui para a redução de emissão de carbono. — Foto: Tim Davis/Divulgação
Além de ser mais econômica e acessível, a palha contribui para a redução de emissão de carbono. — Foto: Tim Davis/Divulgação

Utilizar palha na construção é uma prática centenária, mas que se popularizou – juntamente com outros materiais alternativos – na década de 1960, nos EUA. Porém, o método ainda não prevalece sobre outros por diversos motivos, como aponta Johnson no site do seu escritório de arquitetura. Uma das razões é que os códigos de construção utilizados nos Estados Unidos reconheceram apenas recentemente o uso da palha como um sistema de construção prescritivo e aceitável.

O resultado da empreitada, que levou três anos para ser finalizada, foi mostrado em um curta-metragem lançado pela Patagônia chamado Home, Grown (“Lar, Cultivado”, em tradução livre). Confira:

Texto:  Redação, da Casa Vogue