Os últimos dois anos foram os mais desafiadores para o setor de foodservice. Com o fechamento de bares e restaurantes para conter o avanço da covid-19, esses estabelecimentos viram seu faturamento despencar e tiveram que apostar no delivery para sobreviver em boa parte do tempo. O fechamento das lojas, no entanto, afetou também toda a operação de backstage, entre elas, a de logística.
Especializada em foodservice, a Ebtlog tem apostado em inovações e soluções para reduzir o aumento de custos, causados principalmente pela inflação, e voltar a crescer nos patamares pré-pandemia.
“A gente vinha de uma média de 20% a 25% por ano de crescimento. Em 2020, caímos 25%, mais ou menos, e mantivemos a queda em 2021. Nesse primeiro quadrimestre de 2022, voltamos aos patamares de 2019, mas os sucessivos aumentos de custos, principalmente o do combustível, têm atrapalhado bastante”, afirma Rodrigo Moreira, sócio da empresa.
Para tentar não repassar esses aumentos para os clientes e voltar ao ritmo de crescimento de 2019, a empresa tem investido em tecnologia e soluções para melhorar a armazenagem, diminuir o número de embarques e coletas e minimizar o impacto do aumento de custos. Com isso, a empresa projeta crescer em torno de 15% a 20% neste ano.
Transformação de negócios
Criada em 1987 como uma empresa familiar para fazer mudanças residenciais, a Ebtlog aproveitou uma oportunidade que surgiu “por acaso” e acabou se especializando no setor de foodservice, que hoje representa 85% do faturamento. Entre as redes atendidas pela empresa hoje estão McDonald’s, Bob’s e KFC, do grupo Brazil Fast Food Corporation, Frango Assado, do IMC, Starbucks, Ragazzo, Kopenhagen, entre outras.
“Quatro anos após a fundação da Ebtlog, fizemos uma mudança de um executivo do McDonald’s, que gostou muito do nosso trabalho e nos convidou para fazer um teste de transporte de equipamentos mobiliários da rede. Também deu muito certo. Começamos a criar raízes no McDonald’s e enxergamos uma oportunidade”, conta Moreira.
O ponto de partida para a transformação de negócios foi enxergar os gargalos e as necessidade do setor, após acompanhar a construção de um restaurante desde a fundação até a entrega da operação. “Essa foi a chave para a gente se especializar porque criamos um modelo de entregas de equipamento mobiliário, que era complicado. Antes, a cozinha chegava depois do ar-condicionado. O mobiliário chegava antes da máquina de sorvete, que acabava virando andaime. A obra ficava confusa e o instalador tinha problema”, afirma.
A Ebtlog construiu um planejamento, que foi replicado para isso para outras marcas, e passou a desenvolver outras soluções, como a armazenagem de equipamentos e o gerenciamento do processo logístico em uma inauguração. “A gente se tornou um facilitador. O operador me passa o enxolval da inauguração dele, o que eu preciso entregar e a data. A partir daí, ele só vai se preocupar com o que realmente precisa”, explica.
Texto: Larissa Féria