ESG na agricultura: o que é, e por que você deve começar a pensar sobre aplicar seus critérios no seu negócio rural?

Apesar de ser um termo ainda pouco explorado no Brasil, a sigla ESG ainda promete ficar em alta nos próximos anos. Mas, qual o motivo disso? Primordialmente, o agronegócio brasileiro é a força que move o país.

Em 2021, alcançamos o primeiro lugar na exportação mundial de soja (91 milhões de toneladas); fomos o terceiro maior produtor de milho e feijão (105 milhões e 2,9 milhões de toneladas, respectivamente). Igualmente, mais de um terço da produção mundial de açúcar é gerado aqui, por fim, o maior volume de carne bovina exportada do mundo saiu daqui (2,5 milhões de toneladas).

Nesse sentido, o ESG na agricultura é um importante elemento para assegurar e valorizar que medidas de sustentabilidade, sociais e de governança estão sendo tomadas no processo produtivo. Além disso, o mercado financeiro tem dado atenção a negócios que se importam com medidas voltadas para um futuro melhor.

Por isso, destacamos os 5 motivos que fazem com que o ESG na agricultura seja algo que você precisa prestar atenção. Boa leitura!

O que é ESG na agricultura?

A seguir, entenda o que cada letra da sigla ESG significa:

  • Environmental: ações relativas às práticas de uma empresa perante a conservação do meio-ambiente. Igualmente, está relacionado a atuação em temas como aquecimento global e emissão de carbono; desmatamento, poluição do ar e da água, por exemplo. Além disso, medidas como o cumprimento da legislação CAR (cadastro ambiental rural), sistema de plantio direto, produção de animais a pasto, energia solar vem crescendo muito. Atualmente, o Mato Grosso é protagonista em números de cadastros ambientais rurais.
  • Social: refere-se ao modo como a empresa lida com as pessoas, como suas ações impactam a sociedade em geral. Por exemplo: proteção de dados e privacidade; satisfação dos clientes; diversidade da equipe e respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas. Nesse sentido, ainda temos de avançar muito na adequação da legislação para o meio rural, mas temos leis super exigentes. A NR31 regulamenta um monte de coisas relacionadas ao meio rural.
  • Governance: governança, ou seja, trata da parte administrativa da empresa. São analisados critérios como: conduta corporativa; existência de um canal de denúncias e relação com entidades do governo e políticos. Igualmente, as certificações e/ou programas de boas práticas têm sido implementados nas fazendas. Em MT tem o programa da Aprosoja MT, o Soja Legal (antes Soja Plus), assim como outros programas de boas práticas Brasil afora. RTRS (Round Table of Responsible Soybean), Aliança da Terra também são exemplos de certificações importantes e bem difundidas no agro.

Assim, adaptando para o mundo do agronegócio, as discussões sobre ESG compliance consideram como o setor está se preparando para o futuro. Deste modo, é analisado se a empresa está se adaptando e respondendo às mudanças climáticas, por exemplo. Igualmente, se há valorização da segurança e das condições de trabalho de seus colaboradores e terceiros.

Como adotar ESG na agricultura?

Priorizar a responsabilidade socioambiental pode trazer diversas vantagens competitivas para sua empresa de agronegócio. Contudo, é preciso tomar algumas ações práticas relacionadas à pauta ESG e adotá-las como prioridade no planejamento do negócio. Não sabe quais são essas boas práticas? Veja a seguir:

Rastreabilidade da cadeia de valor

Primeiramente, aumentar a rastreabilidade e a transparência da cadeia de suprimentos é preciso. Assim, o produtor rural mitiga riscos e entrega o que é esperado dele em termos de ações socioambientais.

A rastreabilidade da cadeia de valor no agronegócio é um processo que permite acompanhar o fluxo de produtos agrícolas desde o campo até o consumidor final. Isso inclui a identificação e rastreamento dos insumos utilizados, as etapas de produção, transporte, armazenamento e distribuição dos produtos. A rastreabilidade é importante para garantir a qualidade dos produtos, a segurança alimentar e a transparência na cadeia de fornecimento.

Investimento em inovação e digitalização

Sabia que os problemas com infraestrutura e a dificuldade na modernização são os maiores gargalos do agronegócio brasileiro?

Porém, essa realidade está mudando! Graças à digitalização e tecnologia, conexões entre escritórios nos centros comerciais e propriedades rurais estão sendo criadas. Entretanto, para dar continuidade a esse processo de levar inovação para dentro da porteira é necessário investir em ferramentas que otimizem o trabalho e reduzam custos.

Por exemplo, a AgriHub, Hub de inovação e tecnologia, tem mapeada em sua base de dados cerca de 450 startups que trabalham continuamente para facilitar a vida do produtor rural, empresas rurais e agrônomos. Saiba mais em https://agrihub.com.br/o-que-e/

Análise do impacto na sociedade

Crie iniciativas que proporcionem o bem-estar dos funcionários, prezando pela diversidade e igualdade (média salarial e representação racial e de gênero), por exemplo.

Além disso, o ESG na agricultura pode ter um impacto significativo na sociedade, como:

  • Fornecimento de alimentos: principal fonte de alimentos para a humanidade, fornecendo nutrientes essenciais para a saúde e bem-estar.
  • Criação de empregos: a agricultura gera empregos diretos e indiretos, especialmente em áreas rurais.
  • Preservação de ecossistemas: a sustentabilidade pode contribuir para a conservação da biodiversidade e preservação de ecossistemas naturais.

Liderança mais transparente

Por fim, a transparência é essencial para o ESG na agricultura. Para isso, é fundamental que os líderes do setor sejam claros e eficazes na comunicação com as partes interessadas no negócio, buscando estabelecer e manter uma relação de confiança com as ações que são tomadas.

5 motivos para aplicar ESG na agricultura

Existem diversas razões para começar a aplicar o ESG na agricultura e o produtor brasileiro é exemplar em muitos requisitos requeridos por mercados exigentes, mas não basta fazer, tem de mostrar e comprovar essas boas práticas para aproveitar os benefícios e estimular a adesão de outros produtores. Dentre as razões para seguir no caminho da melhoria contínua com uso inteligente de recursos estão:

1 – Taxas de juros menores:

As instituições financeiras e agfintechs estão oferecendo descontos na taxa de juros para as empresas que adotam práticas mais sustentáveis. Além disso, o Banco Central está definindo critérios relacionados aos riscos socioambientais e climáticos dos financiamentos rurais, facilitando o acesso ao crédito para as empresas do agronegócio que priorizam a sustentabilidade.

2 – Acesso a novos mercados:

As políticas de ESG abrem portas para novos mercados e aumentam a competitividade das empresas. Do mesmo modo, podem se destacar e atrair mais clientes, obtendo certificações e prêmios que dão credibilidade e reconhecimento.

3 – Maior lucratividade:

Primordialmente, investir em sustentabilidade permite um posicionamento estratégico no mercado, melhorando a produtividade e eficiência das empresas no médio e longo prazo. Além disso, as empresas com boas práticas ESG têm maior reconhecimento e força perante aos clientes, aumentando as vendas.

4 – Novos investidores:

Grandes investidores estão atentos à agenda ESG para o futuro dos negócios, defendendo investimentos em companhias com olhar sustentável e de longo prazo. Ou seja, as empresas do setor que trabalham com gestão socioambiental responsável e transparente têm mais chances de captar novos investimentos.

5 – Atração de novos talentos:

Adotar práticas de ESG atrai novos talentos e possibilita mais mobilidade interna da equipe. Igualmente, profissionais desempregados tendem a aceitar ofertas de trabalho de empresas com boas iniciativas ESG. Logo, tudo isso diminui custos com contratação e aumenta o engajamento e satisfação dos colaboradores já existentes.

Por AgriHub