segunda-feira,25 novembro, 2024

Entenda como deve ser a futura internet 5G vinda do espaço

Empresas de tecnologia do mundo todo já estão trabalhando para tornar a próxima geração de satélites compatível com a internet 5G e com dispositivos móveis. Gigantes como Ericsson, Thales, Qualcomm, T-Mobilee até mesmo SpaceX – do bilionário Elon Musk – têm demonstrado interesse em pesquisar formas de habilitar a conexão 5G, que utilizaria satélites LEO (Low Earth Orbit ou baixa órbita terrestre, em tradução livre) para ajudar no funcionamento de celulares, carros, semáforos inteligentes e equipamentos que usam IoT (Internet das Coisas) em áreas remotas e rurais.

Caso a ideia dê certo, os satélites LEO seriam fundamentais na extensão das redes 5G, tornando constante o sinal de internet, mesmo que o usuário esteja no meio do oceano, por exemplo. Em tese, a conexão não cessaria ainda que o consumidor mudasse de país durante uma viagem ou, em casos de desastres naturais, que poderiam comprometer a infraestrutura 5G terrestre, mas não afetariam os sinais vindos do espaço – que acabaria funcionando como uma espécie de backup da estrutura.

Mike Sievert, da T-Mobile e Elon Musk, da SpaceX — Foto: Reprodução/YouTube/SpaceX

Mike Sievert, da T-Mobile e Elon Musk, da SpaceX — Foto: Reprodução/YouTube/SpaceX

O que é a internet 5G espacial

A internet 5G espacial nada mais é do que a rede de quinta geração distribuída ao consumidor via satélite. Uma das formas disso acontecer seria montar um cinturão de satélites que consiga distribuir a internet globalmente, como o projeto Starlink, de Elon Musk tem se proposto a fazer.

A dificuldade das big techs estaria em estabilizar o sinal, já que os softwares e os hardwares atuais ainda não conseguem identificar que o sinal está vindo de um satélite e não de uma antena fixa e esses dispositivos se movem em alta velocidade – dificultando a estabilidade da conexão.

Hakan Djuphammar, chefe de projetos especiais na área de tecnologia da Ericsson, afirmou recentemente que testes para assegurar a viabilidade da ideia devem acontecer até 2023. Afinal, assim como os satélites 5G precisam estar na órbita terrestre, também precisam existir aparelhos compatíveis.

Rumores apontam que as próximas gerações de iPhone poderiam ter os componentes necessários para fazer chamadas via satélite, mas a tecnologia que daria início a esta opção ainda deve demorar para chegar.

Conceito do iPhone 14 publicado pela imprensa — Foto: Reprodução/Jon Prosser

Conceito do iPhone 14 publicado pela imprensa — Foto: Reprodução/Jon Prosser

Como funcionará a internet vinda do espaço

Atualmente, a maioria dos satélites de comunicação tradicionais está ao redor do nosso planeta há mais de 50 anos. Chamados de geoestacionários (GEO), esses equipamentos pesam mais de uma tonelada e operam a 36 mil quilômetros acima da Terra. Essa tecnologia permite que as antenas terrestres apontem diretamente para o satélite que precisam, em uma posição fixa, permitindo um envio rápido de dados.

Os novos aparelhos, equipados com a tecnologia para a transmissão 5G, seriam versões menores e mais próximas da superfície terrestre. Os satélites LEO operariam entre 500 e 2 mil quilômetros acima da superfície do planeta. Eles também possuem, pelo menos, 500 quilos a menos que seus primos mais velhos.

Starlink  — Foto: Reprodução/The Verge

Starlink — Foto: Reprodução/The Verge

A órbita baixa permitiria uma latência menor, pois o satélite estaria mais bem posicionado para receber e transmitir os dados. Ao contrário dos satélites GEO, que conseguem cobrir uma área maior devido à distância, sem precisar de outros companheiros, os satélites LEO precisam transmitir continuamente sinais de comunicação e tráfego, formando uma constelação de equipamentos para atingir uma área geográfica predefinida.

Velocidade e disponibilidade

A intenção da nova corrida espacial é popularizar a velocidade da internet 5G, que pode chegar a ser 50 vezes mais rápida do que o 4G. Uma recente parceria entre Elon Musk, da SpaceX, e Mike Sievert, da operadora americana T-Mobile, prometeu eliminar as chamadas zonas mortas – que não têm nenhum sinal de internet – do mundo. Nestas localidades, a conexão seria entre 2 Mb/s e 5 Mb/s, equivalente à alcançada pela tecnologia Edge, que remonta a passagem do 2G para o 3G. Seria lento, mas também seria melhor do que nada.

O satélite responsável pela cobertura é batizado de Starlink V2 e seu lançamento acontecerá em algum momento de 2023. Em fevereiro desse ano, a SpaceX lançou o quinto lote de 60 satélites da Starlink, colocando cerca de 300 satélites em órbita. A meta de Musk é atingir, a longo prazo, 30 mil dispositivos no espaço.

Vale ressaltar que o bilionário não está sozinho nessa. Recentemente, a Amazon pediu à Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos que libere uma concessão rápida para operar um sistema composto por 3.236 satélites.

A empresa se uniu à operadora Verizon, principal rival da parceira de Musk, também com intenção de fornecer serviço de banda larga de alta taxa de transferência e baixa latência para milhões de clientes. A empresa de Jeff Bezos ainda não colocou nenhum satélite em órbita.

Por: Katarina Bandeira, para o TechTudo

Redação
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