terça-feira,26 novembro, 2024

Energia para todos: padaria de santos mostra que pequeno negócio pode ter acesso a energia solar

As plataformas de streaming, tão populares na atualidade, pareciam ficção há 20, 30 anos. Hoje, basta estar conectado à internet para ter acesso a inúmeras possibilidades de vídeo, música e até mesmo games. Nesse contexto, os serviços por assinatura não demoraram a aparecer e tomar conta de um mercado crescente. O que muita gente desconhece é que não só o entretenimento passou por essa revolução, mas também a energia elétrica pode ser adquirida por meio de um plano de assinatura mensal.

O processo é simples: estabelecimentos que estejam ligados a uma rede elétrica onde uma usina solar também esteja conectada podem utilizar os serviços da usina ao invés da distribuidora de energia da região, graças à rede de distribuição de energia. Essas usinas se conectam à rede elétrica de uma concessionária local, oferecendo o serviço de assinatura.

Acessível – pois não exige a necessidade de investimento próprio em um sistema de geração fotovoltaica (com a instalação e manutenção de placas solares no telhado ou em um pequeno terreno, por exemplo) – a opção é atrativa para pequenos comércios, serviços e indústrias, que, muitas vezes, operam em imóveis alugados ou residências. No fim das contas, o objetivo é reduzir as despesas com tarifas da conta de luz.

Democratização da energia

Mesmo com todos os benefícios, muitos empreendedores ainda não estão familiarizados ou têm a falsa impressão de que a geração distribuída é uma prerrogativa das grandes empresas. Dono de duas padarias em Santos (SP), Fredy Rodrigues quase desistiu de apostar em energia sustentável. Demorou dois anos para que o empresário se convencesse de que realmente era uma escolha viável para o seu negócio.

Como depende da locação para as suas atividades, Fredy pensou que não conseguiria ter acesso a outro tipo de energia. Os custos iniciais para implementar o sistema solar também o desencorajaram num primeiro momento. Foi por acaso, ao ouvir em um programa de rádio sobre uma empresa proprietária de fazendas solares que geram energia para a rede de quase 30 municípios da região que o empreendedor decidiu dar uma nova chance e conhecer mais sobre o processo de geração distribuída.

Fredy procurou a empresa e fechou a parceria. “Sobre a instalação não há segredos. Aliás, não há instalação. A empresa apenas comunicou a CPFL Energia, que atende a cidade de Santos, que a Panificadora Santa Cecília passaria a utilizar a usina de energia da empresa contratada”, relata. E complementa: “então, na minha rede, não fizemos nada de mudanças”. A economia, segundo o empreendedor, varia de 10 a 15%.

Para a coordenadora do Núcleo de Energia na Unidade de Competitividade Nacional do Sebrae, Juliana Ferreira Borges, essa diversificação de oferta é imprescindível, principalmente para a pequena empresa. “Novos modelos de negócios surgem para que o mercado seja cada vez mais democrático”, afirma.

O mercado de geração distribuída no país aumentou exponencialmente nos últimos anos. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) sobre energia solar compartilhada mostram que, no acumulado desde 2015, o Brasil chegou à marca de 1.610 usinas solares que fornecem assinatura, com 5.635 consumidores (residenciais e empresariais) que assinam energia solar. Os números apontam ainda que mais 1,7 mil empregos foram gerados no setor.

Esta reportagem faz parte da 2ª série especial da nova Agência Sebrae de Notícias (ASN). Desde junho, o principal portal brasileiro voltado ao empreendedorismo está de cara nova: mais atraente e moderno, com navegação interativa e multimídia. O lançamento marca o aniversário de 20 anos da ASN e faz parte das ações em comemoração aos 50 anos do Sebrae. O novo projeto gráfico permite visualizar com facilidade os diversos conteúdos produzidos especialmente para o portal: notícias, séries especiais, podcasts, imagens e vídeos.

Redação
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