Pelos dados do Carbon Emission Survey, apenas 14% conseguiram alcançar as metas de redução de emissões nos últimos cinco anos

Apenas 10% das empresas têm uma medição abrangente de todas as suas emissões de carbono e 14% conseguiram alcançaram as metas de redução nos últimos cinco anos. Esses dados fazem parte da terceira edição do relatório Carbon Emission Survey, elaborado pelo Boston Consulting Group (BCG) a partir de entrevistas com 1.850 executivos de 18 grandes indústrias de 23 países.

O estudo é a continuação de um trabalho iniciado em 2021 e repetido em 2022 pela consultoria com a utilização da CO2 AI, ferramenta de rastreamento de emissões baseada em inteligência artificial, sobre o progresso que as companhias fizeram na medição e na redução de lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera.

Em um contexto de crescentes preocupações climáticas, os resultados indicam que as organizações em geral não fizeram grandes progressos no cálculo e na redução abrangente das suas emissões durante o último ano. Segundo elas, seus esforços foram obstruídos por vários desafios, incluindo condições macroeconômicas difíceis e restrições de capital.

Apesar disso, alguns pontos positivos foram observados na análise do BCG. Por exemplo, o número de entrevistados que indicaram medição parcial e reporte de emissões de Escopo 3 aumentou 19% desde 2021, passando de 34% para 53%.

Além disso, mais respondentes afirmaram ter estabelecido metas de redução do Escopo 3, um aumento de 12% desde 2021, de 23% para 35%. As áreas de foco mais comuns foram gestão de resíduos e a aquisição de bens e serviços.

Algumas regiões também demonstraram uma clara melhoria na medição das emissões durante os últimos dois anos. Desde 2021, o número de participantes do estudo da Ásia-Pacífico que relataram de forma abrangente as emissões dos Escopos 1, 2 e 3 subiu 7%. Na América do Sul e na América do Norte, os informes mais abrangentes de emissões internas de Escopos 1 e 2 cresceram 9% e 5%, respectivamente.

Vantagem competitiva

O relatório mostra ainda que as empresas que progrediram na descarbonização estão obtendo benefícios que vão além dos financeiros – e valor reputacional, custos operacionais mais baixos e a conformidade regulamentar estão entre os principais.

Quando solicitados a quantificar, 40% dos entrevistados – 3% a mais que na pesquisa do ano passado – estimaram um benefício financeiro anual de pelo menos US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 490,1 milhões) para o cumprimento das metas de redução de emissões.

Outros dados revelam que três quartos das empresas que estão a reduzir as emissões de acordo com a sua ambição têm iniciativas de redução conjuntas com a maioria dos seus fornecedores, e mais de metade (54%) têm iniciativas semelhantes com a maioria dos seus clientes.

Essas companhias também calculam as emissões ao nível do produto, aproveitam o poder da tecnologia digital no processo de gestão de emissões e consideram que as regulamentações sobre relatórios de emissões são um facilitador essencial da redução.

Texto: Redação, do Um Só Planeta