O Gender Reporting Framework, da Bloomberg, equipa as empresas com um método de divulgação padronizado para medir e relatar dados de gênero em múltiplas dimensões. A edição de 2023 compreende 484 companhias com uma capitalização de mercado combinada de US$ 16 trilhões com sede em 45 países e regiões, em 11 setores e 54 indústrias.
A estrutura inclui 70 perguntas, com base na divulgação opcional em métricas relacionadas à liderança e pipeline de talentos, remuneração de gênero e paridade salarial, cultura inclusiva, políticas anti-assédio sexual e marca externa. O GEI Score de uma empresa é determinado por seu nível de divulgação e excelência de dados (desempenho).
As empresas refletidas em 2023 pontuaram acima do limite de pontuação GEI para inclusão. Esses negócios estão empenhados em fazer progressos em direção à igualdade no local de trabalho.
13 companhias brasileiras estão participando do GEI, são elas: Afya, Bradesco, BB Seguridade, Braskem, Comgás, Cosan, Eletrobras, Itaú Unibanco, Odontoprev, GPA, Sul América, TIM e Telefônica Brasil.
O foco das empresas na diversidade – em todos os sentidos
O índice GEI ajuda a trazer transparência às práticas e políticas relacionadas ao gênero em empresas de capital aberto no mundo todo, possibilitando a amplitude e a profundidade de dados ESG (Environmental, Social and Governance) disponíveis para investidores.
Este ano, um número recorde de empresas – aumento de 20% no acumulado do ano – divulgou seus dados para o índice GEI por meio da estrutura para divulgação de dados de gênero da Bloomberg.
Isto demonstra um compromisso cada vez maior com a igualdade e o reconhecimento de que a comunidade empresarial global pode liderar as iniciativas de mudanças significativas, comprometendo-se com relatórios e a divulgação de dados sociais mais transparentes.
As empresas fornecem respostas para uma lista detalhada de perguntas sobre cada área. Há também áreas expandidas de informações solicitadas para apoiar o objetivo mais amplo de fornecer dados ESG mais robustos aos investidores.
Por exemplo, os dados de divulgação do índice GEI agora contribuem com os dados EEO-1 da Bloomberg, que compreendem os dados demográficos de raça e etnia divulgados por empresas dos Estados Unidos como parte de seus requisitos de relatório para a EEOC (Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego, em português).
Em termos de divulgação, a capacidade de medir, analisar e monitorar dados ao longo do tempo é essencial para as empresas que desenvolvem e implementam abordagens nas áreas de diversidade e inclusão.
Os trabalhos em governança e cultura empresarial são alguns exemplos observados no índice GEI deste ano.
Redução de disparidades e humanização da relação laboral
Uma área de atividade vibrante envolve os esforços para mais diversidade nos conselhos dirigentes e em todos os níveis da empresa. Em média, as mulheres constituem 29% das diretorias das empresas no índice GEI, e 61% destas empresas têm um diretor ou executivo de diversidade, com a principal responsabilidade voltada para a diversidade e a inclusão.
Estas empresas têm uma média de 39% de mulheres em cargos geradores de receita, e mais da metade (52%) destas empresas exigem uma lista diversificada de candidatos para posições de gestão.
Os negócios estão agindo em direção à igualdade de representação e paridade, tanto que 41 empresas têm uma mulher como CEO, 50 como presidente e 32% em conselhos, o que é a representação média das companhias associadas do GEI.
Outros dados animadores revelados pela pesquisa são:
- 44% é o percentual médio de mulheres promovidas;
- 86% têm uma estratégia de recrutamento para aumentar as contratações de mulheres;
- 70% realizaram uma auditoria de igualdade salarial;
- 60% divulgaram estatísticas sobre diferenças de remuneração baseadas em gênero;
- 73% revelaram sua disparidade salarial entre homens e mulheres.
Além disso, 93% oferecem aos funcionários opções de trabalho em casa e horário flexível, 97% contam com folga remunerada especificamente para luto e 95% disponibilizam apoio ou atendimento com psicóloga aos empregados.
Cultura inclusiva
Outra área de grande importância envolve os processos de recrutamento, contratação e retenção nas empresas incluídas no índice. Em média, as empresas membros do índice GEI contratam mais mulheres: 69% destas empresas têm uma estratégia direta de recrutamento de mulheres, e 59% realizam revisões globais de remuneração com base em gênero.
Estas empresas também têm maior probabilidade de adotar políticas familiares: por exemplo, 65% das empresas no índice oferecem salas de lactação no local para as mães e 46% fornecem subsídios para serviços de creches ou outros apoios financeiros.
Os dados do índice GEI deste ano mostram que as comunidades também estão se beneficiando de políticas empresariais inclusivas: mais da metade (60%) das empresas associadas patrocinam programas de educação financeira para as mulheres e 64% patrocinam programas dedicados à educação das mulheres.
As empresas visam construir uma cultura de trabalho mais inclusiva na qual todos os funcionários possam prosperar, tanto que as empresas tratam do viés inconsciente em treinamentos e 86% dos funcionários, em média, que retornam após licença parental, permanecem na empresa.
Sobre a pesquisa
A estrutura padronizada de divulgação de dados do índice GEI permite que investidores comparem como as empresas do mundo todo investem em mulheres no local de trabalho, na cadeia de fornecimento e nas comunidades em que operam.
O envio de dados por meio da estrutura de divulgação de dados de gênero da Bloomberg é voluntário e não tem custos associados. O índice GEI é um índice de referência e não deve ser utilizado como benchmark financeiro.
O índice não é classificado. As empresas incluídas no índice deste ano atingiram ou superaram um score limite global estabelecido pela Bloomberg para refletir um alto nível de divulgação e desempenho geral nos cinco pilares da estrutura.