A Tether, empresa responsável pela emissão da stablecoin USDT, anunciou que vai iniciar operações de mineração “sustentável” de bitcoin no Uruguai. Anteriormente, a companhia havia informado sua intenção de ampliar o uso da criptomoeda em suas reservas, que garantem a paridade da USDT em relação ao dólar.
Em um anúncio compartilhado na última terça-feira, 30, a Tether disse que vai lançar um braço de mineração na nação sul-americana “em colaboração com uma empresa local licenciada”, além de investir na produção de energia no país. A responsável pela USDT também afirmou que a empreitada utilizaria fontes de energia renovável para minerar a criptomoeda.
“Ao aproveitar o poder do bitcoin e as capacidades de energia renovável do Uruguai, a Tether está liderando o caminho na mineração sustentável e responsável de bitcoin”, disse o diretor de tecnologia da Tether, Paolo Ardoino. “Nosso compromisso inabalável com a energia renovável garante que cada bitcoin que mineramos deixa uma pegada ecológica mínima, ao mesmo tempo em que mantém a segurança e integridade da rede Bitcoin”.
Em um post no Twitter, a empresa afirmou que “na Tether, entendemos a importância da energia para impulsionar o progresso e habilitar comunidades prósperas. É por isso que estamos dedicados a aproveitar o poder da energia renovável para minerar bitcoin, a rede monetária mais aberta e segura do mundo”.
A Tether citou a capacidade do Uruguai de gerar 94% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis, incluindo eólica, solar e, potencialmente, hidroenergia, além de sua rede energética confiável. Listas de empregos no site da responsável pela USDT também sugerem um movimento de expansão de atividades da companhia para a África do Sul e para o Brasil.
Tether e bitcoin
O anúncio de investimentos em mineração do bitcoin ocorreu após a Tether informar seus planos de “alocar regularmente até 15%” de seus lucros em compras da criptomoeda. A emissora da USDT relatou que possuía cerca de US$ 1,5 bilhão em bitcoin até o primeiro trimestre de 2023 – 2% de suas reservas totais. A Tether mantém a maior parte de suas participações em dinheiro, equivalentes de caixa e títulos do Tesouro dos EUA.
“A compra de BTC pela Tether faz parte de sua abordagem conservadora e prudente para decisões de investimento destinadas a fortalecer, aumentar e diversificar suas reservas. Ao implementar essa estrutura, a Tether visa aumentar a transparência e fornecer uma visão mais clara do desempenho da empresa e da estratégia de alocação de capital”, diz o comunicado.
À EXAME, o analista do BTG Pactual Lucas Josa destacou que a estratégia pode reforçar a narrativa de que o bitcoin é uma reserva de valor, sendo um “ouro digital”. Ao mesmo tempo, ele avaliou que ” pensando em um cenário que a Tether perca parte das reservas que garantem a paridade do ativo com o dólar, o mais prudente seria ter o excedente em dólares ou títulos de curto prazo”.
Fonte: Exame