O abastecimento de oxigênio líquido hospitalar em 28 municípios de Mato Grosso deve ser interrompido na tarde desta segunda-feira (22). A informação foi repassada pela empresa Oxigênio Dois Irmãos, de Sinop (500 km de Cuiabá), em notificação extraoficial assinada no domingo (21).

Conforme a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES) informou em nota nesta segunda-feira (22), que o abastecimento é garantido em todas as unidades que são geridas pelo governo. No entanto, não há garantias de que as unidades notificadas receberão novos estoques de oxigênio antes que haja o desabastecimento.

Segundo a Oxigênio Dois Irmãos, o fornecimento de oxigênio estaria garantido até o fim desta manhã. Contudo, devido ao aumento exponencial da demanda e falha na logística de abastecimento, não haveria estoque para suprir a demanda por mais dias. A empresa pediu que os municípios e o Estado adotassem providências para garantir o abastecimento, considerando que apenas no dia 25 é que o estoque da empresa deve ser reposto.

“Ocorre que a notificante, em virtude do aumento de casos de covid-19, baixou seu estoque de oxigênio que estava em 20.000m³, quantidade esta que daria para abastecer a região por aproximados 10 dias, isso considerando uma demanda diária de 2.000m³, que é o que vinha ocorrendo. Contudo, a demanda no líquido/oxigênio passou abruptamente em 18/03/2021 para 10.000m³”, justificou.

Ainda de acordo com a empresa, uma mudança promovida pelo Ministério da Saúde na logística de abastecimento de oxigênio fez com que o pedido da Dois Irmãos atrasse na entrega, uma vez que precisaria, agora, passar também pelo estado do Rio de Janeiro.

A SES informou que dialoga com o Ministério da Saúde para tentar solucionar o problema no fornecimento de oxigênio. Segundo o Estado, em conversa com os fornecedores foi garantido que, mudando a logística, não haveria mais problema de desabastecimento em Mato Grosso.

A SES ainda informou que o problema é ainda mais grave, visto que não apenas uma fornecedora mas três empresas alertaram sobre a dificuldade de logística para o abastecimento de oxigênio. Com isso, cerca de 50 municípios do Estado estariam com estoque comprometido.

O Estado também garantiu que já fez a compra antecipada de oxigênio em 2020, sendo que não existe risco de desabastecimento nas UTIs geridas pelo Estado, equivalente a pouco mais de 300 leitos.

“O Governo também monitora as UTIs privadas e dos hospitais municipais para ajudar a evitar o desabastecimento. O Ministério da Saúde também é quem coordena, neste momento, todas as ações para tentar garantir o fornecimento desses medicamentos no país”, acrescentou.

Abaixo, confira os municípios atendimentos pela empresa Dois Irmãos:

Colniza, Aripuanã, Nova Bandeirantes, Juruena, Castanheira, Nova Monte Verde, Apiacás, Paranaíta, Carlinda, Nova Guarita, Nova Canaã Do Norte, Colíder, Itaúba, Juara, Brasnorte, Tapurá, Lucas Do Rio Verde, Vera, Sinop, Claudia, Marcelândia, Terra Nora, Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã Do Norte, Diamantino, Nova Mutum e Água Boa.

Veja a nota do Estado na íntegra:

Sobre a falta de oxigênio e medicamentos para UTIs, o Governo de Mato Grosso esclarece:

1- A Secretaria de Estado de Saúde tomou todas as providências necessárias para garantir o contínuo fornecimento de oxigênio nos hospitais de sua responsabilidade. Entre as medidas adotadas estão os aditivos contratuais, aumento de reservatórios e diálogo com fornecedor sobre logística. Apesar do consumo 250% maior que a média normal, neste momento, o abastecimento na rede estadual está garantido.

2- Nos últimos 3 dias, dois distribuidores privados de oxigênio, que atendem à aproximadamente 50 municípios, alertaram para a dificuldade de logística, pois o abastecimento das cargas era realizado na cidade de Cubatão, em São Paulo, e foi transferido para o Rio de Janeiro. O fato está causando um tempo maior de transporte e, com isso, risco de desabastecimento. Neste momento não existem veículos disponíveis no país para ampliação da frota;

3- O Governo já acionou o Ministério da Saúde, que coordena a logística de fornecimento de oxigênio no país, para ajudar a restabelecer as condições e garantir o abastecimento nestas cidades. Segundo os dois distribuidores, se for resolvida a logística do local de embarque o problema estará solucionado;

4- A falta ou os baixos níveis de estoque de medicamentos para UTI é uma realidade em todo o país;

5- A Secretaria de Estado de Saúde já realizou compra antecipada destes medicamentos em 2020 e não existe, até o momento, risco de desabastecimento para as UTIs sob sua responsabilidade.

6- O Governo também monitora as UTIs privadas e dos hospitais municipais para ajudar a evitar o desabastecimento.

7- O Ministério da Saúde também é quem coordena, neste momento, todas as ações para tentar garantir o fornecimento desses medicamentos no país.

Fonte: Governo/MT; SES/MT

Da Redação – Elisa Ribeiro

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