Fundada em 2022, a startup engagers oferece plataforma de gamificação e já atendeu clientes como Loggi, Grupo Carrefour e Coca-Cola
Cérebro ativo, emoção e ação são os pilares do método utilizado pela startup engagers. Focada em soluções de engajamento, a empresa nasceu com foco no setor de RH e expandiu o seu público-alvo, oferecendo atividades para times de vendas e até clientes das companhias atendidas. Fundada no ano passado, a empresa faturou R$ 1,3 milhão entre janeiro e outubro de 2023. Nos últimos 18 meses, o total foi de R$ 2 milhões.
“O nosso método é um equilíbrio de três pontas. A ativação do cérebro, com a produção de dopamina para prender a atenção; o coração por meio das emoções, que é o que mobiliza as pessoas e, por último, a ação, que garante o engajamento”, explica Andreia Mosca, uma das fundadoras da startup, junto a Laila Aaltonen e Victória Hipólito.
As três sócias são da área de comunicação social e tiveram como pontapé inicial para o empreendedorismo a abertura de uma unidade de uma franquia sueca de gamificação em eventos presenciais em 2018. Porém, como tinham uma visão diferenciada sobre a ideia de engajamento, decidiram abrir um negócio próprio em 2022.
“Engajar de verdade é sobre despertar sentimentos profundos e até instintivos do ser humano. Despertar esses sentimentos depende de método, e ele precisa de tecnologia para escalar”, opina Hipólito. Ela e as sócias levantaram cerca de R$ 100 mil por meio de empréstimos e da venda de um carro para transformar o método em uma tecnologia. Desde o início, contaram com uma equipe de cinco pessoas que veio junto com elas do empreendimento anterior.
A ideia se concretizou por meio de uma plataforma de gamificação customizável, que pode ser adaptada pelos próprios clientes. Lá, são disponibilizados templates e tutoriais para que consigam criar os jogos de acordo com os objetivos. Também é possível monitorar as métricas das ações criadas. “Em um dos casos, colaboradores de uma fintech adotaram os games por cinco dias, e a mobilização trouxe 3 mil novos clientes para a empresa. Todo mundo indicou clientes e trouxe faturamento”, diz a fundadora.
A empresa segue o modelo de Software as a Service (SaaS), com planos de assinatura que incluem dois principais modelos: um que dá acesso apenas à plataforma e outro em que o time da engagers, que hoje soma dez pessoas, ajuda na customização das iniciativas dos clientes. As empreendedoras ressaltam ainda que a plataforma pode ser utilizada em eventos presenciais. O tíquete médio fica em torno de R$ 8 mil.
O MVP foi lançado em 2022 e, antes mesmo da inauguração, a startup já tinha garantido alguns clientes, graças aos contatos feitos em experiências profissionais anteriores. O faturamento do ano foi de R$ 700 mil. “Conseguir pagantes antes mesmo de lançar o MVP foi um marco muito importante para a engagers. Isso fez com que a gente crescesse de forma orgânica, pelas indicações dos clientes”, diz Hipólito.
Até outubro de 2023, o faturamento chegou a R$ 1,3 milhão, e a startup já atendeu nomes como Unico, Loggi, Grupo Carrefour e Coca-Cola. Agora, segundo as empreendedoras, a expectativa é escalar e crescer seis vezes até 2025.
Para alcançar a meta, a prioridade é oferecer ações de engajamento fora do núcleo de RH. “Nós começamos a receber demandas de empresas que precisavam engajar time de vendas, representantes comerciais, alunos e clientes. Identificamos uma falta nesses mercados, e agora estamos desenhando um ecossistema de soluções para engajar não só colaboradores”, explica Hipólito.
A expansão internacional e a criação de um braço de fintech também estão sendo planejados para os próximos anos. A startup também pretende utilizar inteligência artificial para dar insights aos clientes a partir dos dados gerados na plataforma.
Texto: Pegn