História da SchoolAdvisor começa em 2019, com uma comunidade no Facebook; hoje elas atuam no B2B e preveem faturar R$ 700 mil em 2023
Três mulheres partiram de uma dificuldade comum, a busca pelo colégio ideal para matricular o filho, para empreender. Hoje, elas são sócias da SchoolAdvisor, plataforma que reúne informações de escolas particulares do Brasil. No último ano, o negócio faturou R$ 343 mil, e a expectativa é fechar 2023 em R$ 700 mil, com 175 clientes. Para o próximo ano, o plano é começar a atuar com instituições de atividades extracurriculares, como idioma e informática.
As responsáveis pela startup são Viviane Massaini, formada em relações públicas; Fernanda Etlinger, formada em matemática e publicidade, e Fernanda Tavolaro, que estudou Língua Portuguesa e Linguística. Apesar das formações distintas, as três passaram por experiências na área de marketing.
“Quando nos encontramos, estávamos passando pela mesma dor. Fomos pesquisar o nicho e identificamos que na internet não existia um lugar em que as pessoas pudessem pesquisar informações sobre escolas e comparar o que cada uma oferecia”, lembra Tavolaro. “Também percebemos a dificuldade das instituições em encontrar famílias que se identifiquem com a proposta do colégio”, complementa.
Em 2019, começaram a colocar a ideia em prática pelo Facebook. As empreendedoras criaram uma comunidade, que existe até hoje, em que os pais podem trocar experiências. Depois, passaram a oferecer um serviço de consultoria. “As famílias contratavam o nosso trabalho e, a partir de um diagnóstico, indicávamos escolas”, explica.
Após participarem de mentorias da B2Mammy e do Google for Startups, em 2019, porém, as sócias notaram que esse modelo de negócio era pouco escalável. Dois anos depois, apostaram no B2B.
A SchoolAdvisor passou a atuar com um site que disponibiliza de forma gratuita dados sobre mais de 40 mil escolas particulares do país, com base no Censo Escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Dados que não estão disponíveis no censo, como o valor da mensalidade, são coletados ativamente pela equipe da empresa, que hoje soma oito funcionários.
O site ainda conta com um algoritmo proprietário que mede a afinidade das famílias e escolas. “Não existe uma instituição que seja perfeita para todo mundo. Um colégio pode ser bom para mim e não funcionar para a minha vizinha, porque ela tem valores diferentes e nossos filhos têm características diversas”, aponta Tavolaro. Assim, além de levar em consideração a qualificação das instituições, a ordem das escolas é mostrada para os usuários de acordo com as preferências adicionadas na plataforma e o histórico de navegação.
As instituições que contratam os serviços da startup são destacadas nas pesquisas das famílias e têm acesso a algumas funcionalidades. Podem editar a página da escola no site, adicionando informações complementares e vídeos, acessar dados de audiência da página e ter conteúdo publicado no site e Instagram da SchoolAdvisor. Ainda há serviços que podem ser contratados individualmente, como análise de mercado e concorrência e vídeo de visita ao colégio, divulgado nas redes da empresa. Este segundo serviço, inclusive, nasceu durante a pandemia, com o nome “Rolê na Escola”.
O tíquete médio gira em torno de R$ 4 mil. As empreendedoras hoje contam com 175 clientes, mais que o dobro dos 70 atendidos em 2022. Na carteira estão nomes como Atmo Educação, Grupo DEB e Poliedro. “Estamos com um foco comercial nesses grandes grupos, pois eles têm várias unidades”, conta Tavolaro. A startup atende escolas de 17 estados brasileiros, sendo 80% deles de São Paulo. Para expandir pelo país, a ideia é começar pelos mercados em que já conquistaram algum cliente.
O negócio espera alcançar um crescimento de mais de 100% entre 2022 e 2023, saindo de R$ 343 mil para R$ 700 mil — até outubro, o valor alcançado foi de R$ 580 mil. Elas acreditam que a expansão tem as redes sociais como um dos principais impulsionadores — o Instagram conta com mais de 80 mil seguidores e produz conteúdos que vão além do momento de escolha da escola.
Para 2024, o objetivo é mais que dobrar o número de clientes e faturar R$ 1,3 milhão, além de começar a ganhar espaço em outro nicho da educação: o das atividades extracurriculares. “Já fizemos trabalhos para cursos de idioma e programação. Então, estamos apostando nessa demanda e pensando em um novo modelo de site para essas atividades”, afirma Tavolaro.
Texto: Pegn