Ana Serra pediu as contas em uma empresa do ramo de smartphones para vender produtos em feirinhas de shopping centers, até que montou o próprio quiosque. Hoje, tem 11 unidades em funcionamento

Fazia vinte anos que Ana Serra, 55 anos, trabalhava na área comercial de grandes empresas, nacionais e multinacionais, quando o insight do empreendedorismo apareceu. Hoje, ela é dona da H Many Hands, uma rede de franquias que vende produtos com foco no bem-estar, como incensos, pedrarias e óleos essenciais, e projeta faturar R$ 9 milhões em 2023.

Por meio de um contato profissional, Serra conheceu o universo das feiras de itens internacionais em shopping centers, em 2016. Ela começou a coordenar os eventos, que tinha empreendedores focados em produtos de decoração, com inspirações gregas, africanas, tailandesas, entre outras.

Aos poucos, a empreendedora percebeu que havia uma demanda por itens que promovessem conexões mais emocionais e espirituais. Decidiu montar um projeto piloto e apresentar para shoppings. “No início não tinha marca, nem nada. Ninguém queria nem me ouvir”, lembra. O primeiro que cedeu um espaço fixo para ela foi o shopping Tamboré, na Grande São Paulo. Na época, Serra manteve o trabalho em uma multinacional do ramo de smartphones e ficava na feirinha aos finais de semana.

A empreendedora resolveu se especializar na área e buscou cursos e até uma pós-graduação em naturopatia. Durante os estudos, ela conheceu parceiros comerciais que a ajudariam a importar produtos e a desenvolver a marca.

Em 2017, Serra abriu um segundo quiosque no shopping Center Norte, na capital paulista, já com um viés mais voltado para o bem-estar. Foi nessa fase que ela deixou a multinacional para se dedicar inteiramente ao negócio. “Meu marido entrou como sócio para me ajudar. Saí do emprego e deixei de ganhar um dinheiro que era significativo na renda da casa para apostar na empresa”, afirma.

Em meados de 2021, logo após passar pelo primeiro ano de pandemia, Serra percebeu que teria uma nova demanda despontando para o seu mercado. “Era outra pandemia, mas de problemas relacionados à saúde mental, como ansiedade e burnout”, diz. Isso fez com ela pensasse em expandir o negócio. Em uma das pesquisas, foi conhecer como funcionava o sistema de franquias.

Durante um evento do setor, ela conheceu especialistas que lhe disseram que a H Many Hands, com alguns ajustes, seria franqueável. Assim, contratou uma consultoria especializada, negociou com fornecedores, adaptou a marca e iniciou o processo de expansão em 2022. “Nos sentamos com os fornecedores para estabelecer como seria o negócio. O franqueado compra direto do fornecedor, não passa por mim, e eu ganho os royalties das vendas”, explica.

Os produtos com mais saída nas lojas são as pedras e cristais, além de incensos indianos. “Óleos essenciais também têm muita procura. Trabalhamos com os indianos e com uma empresa do Brasil”, diz. O tíquete médio é de cerca de R$ 150. “Os franqueados podem vender online, pelo Instagram deles, mas não temos um e-commerce da marca”, diz. No ano passado, a rede faturou R$ 6 milhões, e a previsão é fechar 2023 com R$ 9 milhões.

Os produtos com mais saída nas lojas são as pedras e cristais, além de incensos indianos. “Óleos essenciais também têm muita procura. Trabalhamos com os indianos e com uma empresa do Brasil”, diz. O tíquete médio é de cerca de R$ 150. “Os franqueados podem vender online, pelo Instagram deles, mas não temos um e-commerce da marca”, diz. No ano passado, a rede faturou R$ 6 milhões, e a previsão é fechar 2023 com R$ 9 milhões.

H Many Hands trabalha com quiosques e lojas — Foto: Divulgação

Hoje, a H Many Hands tem 11 unidades, sendo seis franquias, que operam nos formatos de quiosques ou loja. No primeiro, o valor de investimento inicial é a partir de R$ 137 mil, já com taxa de franquia, treinamentos e equipamentos inclusos. No segundo, que também oferece serviços de terapias integrativas, o aporte sobe para R$ 158 mil. 

Para o próximo ano, o plano de Serra é abrir mais dez franquias. “Nosso franqueado não precisa ser terapeuta e nem profissional da área de bem-estar. O perfil deve ser o de uma pessoa que gosta de fazer negócios”, afirma. 

Texto: Paulo Gratão