Radioastrônomos captaram imagens da coroa escaldante do Sol pela primeira vez durante o eclipse solar parcial em 14 de outubro

Cientistas conseguiram as primeiras imagens de radiotelescópio do famoso efeito “anel de fogo” no eclipse solar anular que ocorreu em 14 de outubro de 2023.

O que aconteceu?

  • No dia 14 de outubro de 2023, ocorreu um eclipse solar anular visível em nove estados dos EUA, incluindo a ponta nordeste da Califórnia. 
  • O Observatório de Rádio Owens Valley, em Big Pine, Califórnia, conseguiu visualizar 80,5% do eclipse solar parcial.
  • Os radioastrônomos conseguiram captar imagens de rádio do “anel de fogo” ou coroa solar — a atmosfera externa, uma camada invisível para quem observou o eclipse solar (Via: Livescience).
Imagens de radiotelescópio do eclipse solar anular mostram como foi o fenômeno abaixo da luz visível. (Imagem: Reprodução/Sijie Yu)

“Fomos capazes de ‘ver’ tudo claramente se desdobrando no rádio, que revela um disco solar muito maior que o visível”, disse Bin Chen, professor de física do Centro de Pesquisa Solar-Terrestre do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey (NJIT-CSTR), que liderou as observações.

Segundo Dale Gary, professor de física no NJIT-CSTR, esta foi uma oportunidade única de vislumbrar a coroa estendida do Sol: “Ver um eclipse de ‘anel de fogo’ desta forma foi espetacular. Nunca vimos esta qualidade de imagem de rádio do Sol antes. Normalmente não podemos ver a coroa a partir do solo, exceto durante um eclipse total”, disse.

O eclipse solar anular de 14 de outubro também atravessou partes do México, Belize, Honduras, Nicarágua, Panamá, Colômbia e Brasil. O próximo eclipse solar visível na América do Norte será total, cruzando de sudoeste para nordeste no dia 8 de abril de 2024.

O que é a radioastronomia?

A radioastronomia é o estudo de objetos celestes em radiofrequências invisíveis ao olho humano. É um ramo da astronomia que estuda radiações eletromagnéticas emitidas ou refletidas por corpos celestes. A recepção destas radiações é feita por radiotelescópios.

Texto: Gabriel Sérvio