O governo de Santa Catarina desobrigou o uso de máscara de proteção à covid-19 para crianças de 6 a 12 anos em ambiente escolar ou outros locais a partir desta quinta-feira, 3. De acordo com o decreto, ficará a critério dos pais ou responsáveis a utilização do equipamento de segurança.
Em São Paulo, o secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse na quarta-feira, 2, que uma decisão sobre suspender ou não o uso de máscaras pelas crianças em escolas pode ocorrer nas próximas duas semanas.
O tema, afirmou o secretário, está em debate no governo paulista. A fala ocorreu durante uma coletiva de imprensa para apresentar dados sobre a queda de aprendizagem durante a pandemia.
Ele afirmou que o mundo inteiro caminha para a retirada de máscaras das crianças menores. “Acho que essa é uma tendência aqui, mas essa discussão está sendo feita pelo comitê científico do governo”, disse o secretário.
Contudo, a desobrigação no momento em que a pandemia no Brasil se encontra, com 512 óbitos na última semana e média de casos de 51.039, pode ser ainda precipitado.
Quanto as preocupações de movimentos de pais, como o Escolas Abertas, que pede ao governo estadual de São Paulo que reveja os protocolos de saúde, a ciência possuem alguns estudos para localizar a função e impacto da máscara na vida das crianças. Eis as respostas:
As máscaras atrapalham as crianças?
A proteção facial é um recurso sanitário que desde sua introdução no início da pandemia foi envolto de polêmicas e falsas ressalvas. Máscaras não são perfeitas, e há sim variação na proteção conforme o material, o tempo e o uso que se faz do item.
No caso das crianças, o acréscimo nas preocupações vinham dos alguns pais e professores, alegando que máscaras afetam a capacidade de respirar, abrandam o seu desenvolvimento social e emocional e provocam ansiedade. Mas os especialistas dizem que a ciência não corrobora com tais preocupações.
Thomas Murray, pediatra da Escola de Medicina da Universidade de Yale, abordou o tema em uma série de artigos, cravando que as evidências não são tão claras sobre impactos negativos incontornaveis que possam afetar o desenvolvimento emocional das crianças com mais de dois anos.
A resposta definitiva para esta questão exigiria aos investigadores pedir às pessoas para tirarem as máscaras para fazer um estudo randomizado, o padrão de excelência da ciência, mas isso seria pouco ético.
Portanto, a maioria das investigações sobre o uso de máscara tem por base as observações relativas do mundo real, que podem ser mais facilmente selecionadas para favorecer um lado ou o outro no debate sobre o uso de máscara. Logo, uma criança pode sentir que a mácara atrapalha, e outras não notarem nada.
Fonte: Exame