Os cometas são sobras de matéria congelada cuja origem remete à formação do Sistema Solar, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.
O tamanho desses objetos que circulam pelo Universo pode variar de alguns quilômetros até dezenas de quilômetros de largura, dimensão que vai diminuindo à medida em que eles colidem com outros corpos no espaço em sua órbita rumo ao Sol.
Nessa trajetória, o aquecimento gradual de sua superfície libera gases e partículas que deixam a característica forma irregular e um rastro brilhante conhecido como cauda — efeito visual que pode ser observado por nós através de equipamentos ou até mesmo ao voltarmos nossos olhos para o céu.
Análises de sua composição revelam que os cometas são feitos de rocha, poeira e gases congelados, como monóxido de carbono, metano, amônia e dióxido de carbono.
Além desses compostos, tais objetos cósmicos podem apresentar uma variedade de elementos orgânicos. Dentre eles estão o metanol, etanol, etano, cianeto de hidrogênio e formaldeído, bem como moléculas mais complexas, como hidrocarbonetos de cadeia longa e aminoácidos.
O estudo dessas evidências pode trazer pistas sobre a origem do próprio Universo e de como ocorreu o transporte de água que viabilizou a vida na Terra.
A origem dos cometas
Embora o número atual de cometas conhecidos seja de 3.743, provavelmente ainda existem bilhões deles em circulação na galáxia. No nosso Sistema Solar, esses corpos se concentram principalmente ao lado de asteroides e meteoros na região da órbita de Netuno, chamada de Cinturão de Kuiper, e levam menos de 200 anos para atingir seu destino final.
Vale ainda destacar a existência de cometas em áreas mais distantes, como na Nuvem de Oort, localizada no limite do Sistema Solar.
Nos últimos anos, missões de agências espaciais conseguiram estudar alguns cometas mais de perto. O programa Stardust, lançado pela NASA em 2004, coletou amostras de partículas e poeira interestelar deixadas pelo cometa Wild 2, localizado entre Marte e Júpiter.
Após o envio dos materiais para a Terra, foi constatada uma alta concentração de glicina, substância química considerada um dos “blocos de construção” da vida.
Já a missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), lançou em 2014 um módulo de aterrissagem no núcleo do 67P/Churyumov-Gerasimenko — o qual entrou para a História como o primeiro cometa tocado pela humanidade. Ele gira em torno do Sol em uma órbita que cruza as de Júpiter e Marte, aproximando-se, mas não atingindo a órbita da Terra.
Mais de 52% de todos os objetos próximos do nosso planeta foram descobertos pela Universidade do Arizona. Lá, pesquisadores trabalham em conjunto com o programa da NASA, Catalina Sky Survey, dedicado à identificação de cometas, asteroides ou meteoros que podem representar um risco de impacto para a Terra.
Fonte: TechMundo