Os cientistas afirmaram que o projeto de ressuscitar animais extintos em forma de robôs também pode ajudar a vislumbrar o surgimento de novas espécies

Paleontólogos, biólogos e engenheiros do campo da robótica se uniram em um projeto para ressuscitar animais extintos para entender um dos aspectos cruciais da evolução.

Em um estudo publicado nesta quarta-feira (23), os pesquisadores explicaram como a junção entre paleontologia e robótica pode ser um caminho para explorar os primórdios da evolução.

“Como existem limitações em evidências de fósseis, temos uma visão incompleta de como os animais antigos fizeram a transição da água para a terra”, disse Michael Ishida, co-autor do estudo.

Ishida, destaca que é possível combinar fósseis de animais extintos com “algumas linhas de códigos, ou imprimir uma perna em 3D” para criar robôs. Assim, seria possível simular milhões de anos de evolução em um único dia de trabalho de engenharia, de acordo com o pesquisador.

Para embasar a inacreditável façanha, Ishida cita como exemplo um trabalho da equipe que estuda como certas espécies de peixes, como os saltadores-de-lodo, evoluíram e conseguiram caminhar pela terra.

De acordo com o pesquisador, construir um robô baseado nessa espécie de peixes pode fornecer informações sobre a evolução de peixes e outros animais extintos.

Com essas informações, segundo Ishida, seria possível ressuscitar animais extintos em forma de robôs, como peixes e, futuramente, até dinossauros.

Robôs de animais extintos podem ajudar a prever o futuro da evolução

Os autores do estudo ressaltam que, por muito tempo, engenheiros já criaram robôs capazes de imitar animais. Também há robôs com características específicas de animais extintos, como a forma de nadar dos plesiossauros.

Por isso, os cientistas querem recriar o corpo inteiro de animais extintos. Segundo eles, “analisar apenas uma perna não é o suficiente para entender como os quadrúpedes andavam”.

Além disso, Ishida destacou que os robôs possuem vantagens em relação às simulações por computador, sobretudo para analisar o movimento de uma criatura.

Desse modo, a “robótica paleoinspirada” pode ajudar a desvendar como vertebrados saíram de água para viver na terra, como alguns animais conseguiram voar e como outros são quadrúpedes e bípedes.

Por fim, os cientistas afirmaram que o projeto de ressuscitar animais extintos em forma de robôs também pode ajudar a vislumbrar o surgimento de novas espécies.

“Hoje, há várias formas de pressão seletiva em animais que convivem próximo aos humanos, ou em animais que vivem em locais afetados pelas mudanças climáticas, que indicam uma mudança no mundo que conhecemos. Portanto, ao entender as pressões seletivas do passado e como elas geraram diferentes espécies, talvez, conseguiremos ter alguma ideia do que acontecerá no futuro”, afirmou Ishida.

Por Pablo Nogueira