O avanço do HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado), diesel de soja, tem contribuído para o mercado mundial da oleaginosa e deve consumir grande parte da produção americana nos próximos anos, favorecendo a produção brasileira. É o que afirmam o Doutor Agro Marcos Fava, o consultor e analista de mercado André Pessoa, e o ex-presidente da John Deere, Paulo Herrmann.
Os três especialistas marcaram presença nesta segunda-feira (3) no primeiro dia do Master Meeting Soja, em Cuiabá.
De acordo com Marcos Fava, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em planejamento estratégico, a América Latina será uma das maiores em saldo do comércio agro até 2030.
“Em números, em até oito anos, há possibilidade do milho e da soja bater os Estados Unidos em produção. E, Mato Grosso tem grandes chances de liderar”, previu Fava.
Fava afirma que o Brasil já produz 41% da produção de soja do mundo, e para manter o crescimento deve buscar medidas de sequestro de carbono.
“Na pandemia com o lockdown, por conta da segurança alimentar, o mercado não focou no tema, mas de agora em diante isso muda. No entanto, o equilíbrio da oferta e da demanda, volta ao estímulo monetário dos mercados. Estimo ainda que câmbio até fim do ano, o dólar não passe dos R$4,70”, revelou o especialista.
O Doutor Agro explicou os desafios da produtividade, além do foco em sustentabilidade. E devem reunir cinco itens, o que chamou de “pentágono dos vitoriosos”. São eles: gestão financeira, excelência operacional, obsessão nos controles, liderança e coletivismo.
Crescimento em produção
O especialista em análise de mercado e políticas agrícolas, André Pêssoa reforçou que o crescimento do consumo de biodiesel no mundo deve impulsionar a produção de soja no país. Ele salientou que em 2021, o setor de transportes foi responsável por 32,5% do consumo de energia no Brasil, vindas do petróleo. No transporte de cargas rodoviário, o consumo do biodiesel cresceu 6,5% impulsionado pelo avanço de sua contraparte fóssil e outras questões de mercado.
“Como consequência destes movimentos, o setor de transportes do Brasil apresentou uma matriz energética composta por 23% de fontes renováveis em 2021. E este cenário tem crescido desde então”, estimou Pessoa.
O apelo pelo uso de combustíveis com menor emissão de gases e de fontes renováveis tem crescido e ganhado atenção das autoridades competentes. “Hoje o combustível destaque é o HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado), combustível fundamentalmente fabricado a partir de óleo, em geral como de soja. Se tendência é parte da soja ser comercializada na produção de combustíveis, o mercado se amplia mais ainda”, afirmou.
Fonte: Grupo Idea