sexta-feira,20 setembro, 2024

Dia da Árvore: 6 motivos pelos quais não podemos viver sem elas

Evapotranspiração, proteção da biodiversidade e retirada de poluentes do ar são apenas alguns dos benefícios das árvores

Árvores são uma das referências mais próximas que qualquer pessoa pode ter da natureza. Um dos primeiros desenhos que aprendemos a fazer quando crianças e um refresco em vários sentidos: sombra, frescor e às vezes até frutos são benefícios imediatos que colhemos da presença delas em nossas rotinas.

Por que, então, as maltratamos tanto? Em 2022, o mundo perdeu em florestas tropicais uma área equivalente à da Suíça inteira, segundo estudo da Global Forest Watch. Pior para nós, brasileiros, que temos a maior floresta tropical do mundo: o Brasil foi o país que registrou maior destruição.

Nunca é demais, portanto, relembrar que precisamos das árvores para sobreviver. Afinal, seus benefícios vão bastante além de sombra em dias de sol: elas jogam água no ar, providenciam as chuvas, tiram poluentes da atmosfera e protegem a biodiversidade.

Por isso, no Dia da Árvore, saiba e compartilhe 6 motivos pelos quais as árvores são fundamentais em nossas vidas:

Ajuda na luta contra o aquecimento global

O aquecimento do planeta devido à ação humana é uma realidade. E, se a solução para endereçar o problema envolve a redução dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, as árvores são aliadas fundamentais ao absorvê-lo. Na fotossíntese, as árvores fazem isso e armazenam o gás em sua madeira, com florestas funcionando como verdadeiros sumidouros de carbono. Não à toa, são a matéria prima dos projetos de geração de créditos de carbono mundo afora.

Estudo realizado pelo Instituto Totum e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica mostra que cada árvore da Mata Atlântica, um dos biomas brasileiros, absorve 163 kg de dióxido de carbono ao longo de suas vidas. Imagine o que pode fazer um exército inteiro delas, se bem cuidadas e protegidas do desmatamento.

Escoamento de água e evapotranspiração

Em geral, os solos de cidades são impermeáveis à água. Materiais como concreto e asfalto dificultam o escoamento da água das chuvas, os bueiros muitas vezes não dão conta da tarefa, e os resultados, como vemos tão repetidamente, são alagamentos constantes nos ambientes urbanos.

As árvores nas cidades atuam para diminuir o impacto dessas inundações. Em chuvas leves, folhas e galhos capturam ou absorvem água na superfície, onde ela pode evaporar em vez de escorrer para o solo. E as raízes também ajudam a aumentar a capacidade de retenção de água do solo.

Além disso, as árvores devolvem água à atmosfera por meio da evapotranspiração, ajudando a manter um ciclo saudável da água. Um carvalho maduro pode devolver 40 mil galões de água à atmosfera por ano, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Manutenção do regime de chuvas

Menos árvores de pé significa um regime de chuvas alterado, trazendo uma série de desordens para a vida em sociedade. Por meio da evapotranspiração, as árvores ajudam não só a região em que já estão, mas também outras para onde vai aquela água acumulada nos ares.

É o que acontece com o regime de rios voadores, originado pela evapotranspiração na Amazônia, e levado pelas correntes climáticas a outras regiões, como Sul e Sudeste. Estudo publicado no ano passado com a participação de Henrique Barbosa, professor do Instituto de Física da USP e da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, apontou que o transporte da umidade originada no bioma amazônico é responsável por 27% das chuvas nas regiões Sudeste e Sul.

“Se diminuir a umidade amazônica pela perda de cobertura vegetal, diminuirão as chuvas em outras regiões do País”, alerta Barbosa.

Melhora da saúde mental

Você não se sente mais calmo quando está num parque ou outro ambiente aberto e arborizado? Não é à toa. Um estudo da The Nature Conservancy verificou que o tempo que passamos na natureza – mesmo que seja apenas caminhada entre as árvores de um parque da cidade – está correlacionado com uma queda na ansiedade e na depressão.

Além disso, o acesso a espaços verdes próximos também contribui para uma melhor saúde física, incentivando-nos a nos movimentar e fazer mais exercícios. Como nos movimentamos mais quando temos acesso a árvores e parques, a natureza pode ajudar a reduzir as taxas de obesidade.

Melhor qualidade do ar

Além de liberar oxigênio limpo para respirarmos, as árvores desempenham um papel crítico na melhoria da qualidade do ar. Primeiro, ao remover dióxido de carbono da atmosfera; segundo, alterando a concentração desse e outros poluentes ao contribuir para um resfriamento das temperaturas e evitar a formação de ilhas de calor; e, por último, contribuindo para que mesmo ambientes fechados, como prédios, fiquem mais frescos quando próximos a árvores, reduzindo seu consumo de energia para resfriamento do ar.

Reforço à biodiversidade

As árvores também são um ambiente amigável para várias espécies animais, seja como abrigo, ponto de passagem ou de alimentação. Segundo a ONU, as florestas contêm cerca de 80% de toda a biodiversidade da Terra, enquanto cobrem 31% da área terrestre do planeta.

Esse benefício acontece também em parceria com sistemas produtivos. Em seu relatório sobre sistemas agroflorestais monitorados no Estado de São Paulo, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de SP notou um aumento na frequência de registros dos animais próximos às áreas produtivas, bem como uma maior diversidade de espécies. O aumento de espécies vertebradas pode ajudar a reduzir pragas, e as árvores ainda contribuem para fertilizar o solo.

Texto: Rafael Faustino

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