Entre a crise econômica e tecnologias avançadas chegando às mãos dos criminosos, uma das principais apostas do cibercrime para 2023 está no uso de deep fakes para aplicação de golpes com criptomoedas. É o que aponta um alerta da empresa de segurança McAfee, que colocou esta como a principal tendência para o ano novo, principalmente diante de usuários e investidores cada vez mais vulneráveis.
A receita é simples: as dificuldades financeiras tornam esquemas que prometem dinheiro fácil ou retorno rápido para supostos investimentos um bocado atrativos, principalmente quando elas acompanham a imagem de personalidades. É aí que entram os deep fakes, tornando mais convincentes um golpe já conhecido, mas que segue sendo aplicado com alta taxa de sucesso pelos criminosos.
O bilionário Elon Musk, assim como as empresas Tesla e SpaceX, são os que mais aparecem na velha fraude que promete multiplicar os valores enviados a uma determinada carteira de criptomoedas. O principal meio atual de forjar esse tipo de oferta é a partir de transmissões ao vivo publicadas no YouTube, normalmente vídeos antigos e verdadeiros dos retratados, mas não relacionados ao golpe; a tecnologia de simulação, então, preenche o abismo que falta para tornar as fraudes ainda mais convincentes.
De acordo com a McAfee, essa tendência de ameaças também deve se aplicar ao metaverso, com o desconhecimento das pessoas sobre o funcionamento da tecnologia levando a um aumento nos golpes. No final das contas, tudo se resume a lucro para os cibercriminosos, com 2022 devendo fechar acima dos mais de US$ 1,4 bilhão em perdas registradas no ano anterior; e o seguinte deve ser ainda pior.
A recomendação aos usuários é que fiquem atentos a golpes que prometam retornos financeiros absurdos ou ofertas que pareçam boas demais para serem verdade — elas normalmente não são. Antes de transferir valores ou passar o cartão de crédito, procure sites oficiais e serviços de atendimento em busca de informações sobre a suposta promoção, evitando qualquer contato caso não tenha certeza de que a proposta é legítima.
Por Felipe Demartini