sexta-feira,20 setembro, 2024

De robôs caçadores de insetos a injeções em sementes: startups revolucionam o agro

Se há algo que vai bem no Brasil é o ecossistema das agritechs. No ano passado, as startups brasileiras do agro captaram US$ 1,3 bilhão, à frente de países como Israel (US$ 1,2 bilhão) e França (US$ 1,1 bilhão). O número de agritechs também segue em expansão: hoje, são mais de 1.700, 10% a mais do que em 2021, de acordo com dados da Embrapa e SP Ventures. Mesmo assim, é um universo mais tímido do que de o de fintechs e startups de outros segmentos, como saúde e educação, já mais consolidadas.

Gráfico de Startups em Agronegócio
Fonte: Embrapa e SP Ventures

Esse boom começou nos últimos anos, em meio a um cenário repleto de desafios, como questões relacionadas à segurança alimentar, mudanças climáticas, sustentabilidade e geopolítica. O aumento da produtividade do agronegócio brasileiro, que deve crescer cerca de 10% neste ano, também vem impactando positivamente o universo das agritechs.

Não é de se estranhar que negócios focados na agricultura de precisão, que oferece ferramentas para o aumento da produtividade e a gestão de riscos, ocupem o primeiro lugar no ranking de atração de recursos, com 35,2% dos investimentos. Na sequência, aparecem startups de robotização (14,2%) e biotecnologia (14,2%). Os dados são do Distrito, plataforma de inovação.

Globalmente, os aportes em agritechs atingiram o pico em 2021, quando somaram US$ 53,2 bilhões. O boom de preocupações com segurança alimentar e o impacto da agricultura no meio ambiente foram motores das rodadas de investimento em startups que desenvolveram de fertilizantes biológicos a fazendas verticais e carnes plant-based, à base de vegetais. Investimento em agritechs por segmento Fonte: AgFunder No ano passado, a volatilidade do mercado de private equity e o cenário econômico global mais desafiador, com sucessivos aumentos nas taxas de juros, reduziram os investimentos em agritechs. A limitação dos aportes fez com que as captações das startups do agro caíssem 44% em 2022, passando a cerca de US$ 29,6 bilhões, segundo a AgFunder, fundo de investimento americano focado em agritechs.

No mundo, esses desafios continuaram exercendo impacto sobre as startups do agro durante o primeiro trimestre do ano, como mostra um estudo do PitchBook, empresa americana de análise de mercado especializada em venture capital e private equity. O volume de investimentos caiu 39% comparado ao trimestre anterior, aponta a companhia. A desaceleração econômica global e a crise bancária nos Estados Unidos e na Europa explicam boa parte da queda dos aportes, segundo o PitchBook.

Gráfico sobre investimento em Agritechs por Venture Capital

Mesmo assim, negócios importantes continuaram a ser fechados. No total, US$ 1,9 bilhão foram investidos, por meio de fundos de venture capital, em 172 agritechs ao redor do mundo. A eFishery, startup de novas tecnologias para aquicultura da Indonésia, captou US$ 150 milhões, enquanto a Halter, da Nova Zelândia, recebeu US$ 85 milhões para aprimorar sensores e equipamentos para vacas, baseados em inteligência artificial — os aparelhos são usados para monitorar parâmetros como a temperatura, batimentos cardíacos e fertilidade dos animais.

Ao mesmo tempo, startups de soluções de robótica, irrigação e financiamento permanecem em alta. No Brasil, a Solinftec captou R$ 100 milhões este ano para turbinar tecnologias de monitoramento de safra, com foco na cana-de-açúcar — a empresa criou robôs que matam insetos e analisam o solo para identificar a necessidade de uso de adubos ou defensivos.

Esse tipo de ferramenta, que integra o conjunto de soluções da agricultura de precisão, pode gerar economia para o produtor rural, entre outros benefícios. Por exemplo, uma usina de cana-de-açúcar normalmente utilizaria 300 quilos de fertilizante por hectare — com uma análise melhor do solo, é possível reduzir esse custo em cerca de R$ 300 por hectare.

Fonte: Olhar Digital

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