A propaganda nazista foi bem sucedida ao invocar elementos da mitologia grega ao plano — hoje, a tradição se mantém e tem a sua imagem completamente desassociada de Hitler e seu governo.
Nesta sexta-feira (26), a grande cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris terá como ápice o fim do revezamento da tocha olímpica e o acender da pira — que se manterá acesa durante toda a duração dos Jogos.
A tradição tem até roupagem ancestral, com o início do seu percurso ainda na Grécia, na cidade de Olímpia, mas o tradicional revezamento só se tornou prática na edição de 1936, pelo setor de propaganda do Partido Nazista.
Em 1928, em Amsterdã, e em 1932, chamas foram acesas para celebrar o início e o fim dos jogos. Em 1936, o ditador Adolf Hitler tentou utilizar a Olimpíada como uma exibição de poder e, dessa necessidade, nasceu o revezamento da tocha.
Segundo a revista Time, Hitler queria utilizar as paradas de revezamento e passagem da tocha como um símbolo de propaganda semelhante aos comícios que o Partido costumava organizar.
O organizador de Berlin 1936, Carl Diem, promoveu um roteiro que passava por sete países ao longo de 12 dias. Durante a abertura, Hitler foi o responsável por declarar que os Jogos Olímpicos haviam começado. As informações são do livro Total Olympics, de Jeremy Fuchs.
A propaganda nazista foi bem sucedida ao invocar elementos da mitologia grega ao plano — hoje, a tradição se mantém e tem a sua imagem completamente desassociada de Hitler e seu governo.
Segundo o Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, os nazistas costumavam se comparar com os gregos antigos. Uma das máximas da ideologia nazista dizia que “uma civilização superior alemã era a herdeira legítima de uma cultura ‘ariana’ da antiguidade clássica”.
A contagem regressiva para os Jogos Olímpicos sempre começa com o acender da tocha em Olímpia, na Grécia, 100 dias antes da cerimônia de abertura. Em Paris 2024, 10 mil pessoas terão carregado o objeto até que a pira seja acesa.