quinta-feira,19 setembro, 2024

De podcasts à Netflix: na era da tecnologia, competência não é só saber fazer

No final de 2018, um colaborador do meu time me alertou: “cara, podcasts vão bombar no Brasil”. Eu não dei bola, achei que ia ser uma coisa que se tornaria irrelevante, uma moda. Meses depois, o Flow bombou e a partir daí um novo ecossistema de comunicação explodiu. Podcasts fazem parte da vida de muita gente, inclusive da minha, e eu dei uma ramelada das boas. Mas, historicamente, eu não estou sozinho.

Em uma conversa recente, um player importantíssimo do mercado de logística me confidenciou que, em meados de 2010, começou a atuar em e-commerce e tentou se plugar a algumas transportadoras. Ouviu o seguinte: “Seu volume é baixo, as pessoas nem pagam contas em banco, isso não vai pegar”. Nosso amigo aí não conseguiu prever o Mercado Livre, a Amazon, a Shopee. Hoje é fácil, mas e na época, você conseguiria prever?

Mais atrás um pouco, temos o caso da Blockbuster e da Netflix. Para aqueles de cabeça grisalha, como eu, era uma delícia passear na locadora e passar horas na dúvida de que filme escolher. E a Blockbuster, na minha opinião, prestava um ótimo serviço. Só que a Netflix surgiu, mas não no modelo atual: eles alugavam DVDs pela internet e a pessoa recebia em casa. A Netflix chegou a bater na porta da Blockbuster, tentou ali ser adquirida, mas a Block deu de ombros. Resultado: caiu em pé, prestando um serviço de extrema excelência, mas de total irrelevância! Faliu, porque simplesmente o novo veio.

O que quero dizer é que a fábrica de carruagens não era mal gerida, simplesmente surgiu o automóvel. A indústria de máquinas de escrever ia super bem, mas surgiram os computadores. Os celulares eram sensação no final dos anos 90, início dos anos 2000, mas os smartphones são muito melhores. Quem comanda os novos tempos é a inovação. E não é mole saber o que está por vir. E agora o desafio é ainda maior, porque é tudo muito mais rápido.

Já não dá mais para desacreditar de nada e o mundo está em transformação bem na nossa frente. Vou a um fast food e já noto um totem no lugar da caixa. Abasteço meu carro, plugado no meu Sem Parar, já não preciso do atendimento. Compro ração para os meus cachorros pelo aplicativo, retiro nos lockers.

Todos nós estamos à mercê do novo e vai ser rápido. A questão é que não faz sentido e é improdutivo lutar contra isso, temos que nos adaptar a esta nova realidade. Pensar o nosso ofício, o nosso trabalho a partir das novas possibilidades que a tecnologia oferece, e não mais disputar lugar com ela. Com relação ao ChatGPT, por exemplo, penso que ele ainda é uma ferramenta de pesquisa para mim. Ele me destrava do “branco”, me dá insights importantes. E eu tenho que evoluir meu texto dali para frente. Mas até quando?

Atualmente, profissionais de todos os níveis e todas áreas devem estar antenados ao futuro, que já pode ser presente em alguns lugares e em alguns segmentos. E se não dá pra prever o futuro ou mapear todas as inovações que vão se tornar realidade, o mínimo que temos que fazer é estar aberto ao novo e ser menos reativos.

Eu já não duvido de mais nada.

Fonte: Startup

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